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Parceira de Epstein responde a todas as perguntas do Departamento de Justiça dos EUA

Ghislaine Maxwell, associada do criminoso sexual Jeffrey Epstein, respondeu a todas as questões apresentadas durante uma reunião realizada nesta quinta-feira (24) com o segundo em comando do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, conforme afirmou seu advogado.
O governo dos EUA busca amenizar a insatisfação de alguns conservadores que acusam a administração de proteger as elites ao não divulgar detalhes do caso Epstein, o financista que foi encontrado morto em sua cela em 2019, antes do início do julgamento por acusações de crimes sexuais.
Para isso, enviou o número dois do Departamento de Justiça, Todd Blanche, até a Flórida para um encontro com Ghislaine Maxwell, condenada em 2022 a 20 anos de prisão por tráfico sexual. Ela é acusada de recrutar menores entre 1994 e 2004 para exploração sexual por Epstein.
A reunião ocorreu em um tribunal na cidade de Tallahassee, capital da Flórida.
De acordo com o advogado David Markus, após o encontro, “Ghislaine nunca se recusou a responder. Ela respondeu todas as perguntas com honestidade e da melhor maneira possível”. Detalhes específicos do encontro não foram divulgados.
Recentemente, Blanche afirmou que questionariam Ghislaine sobre tudo o que ela sabe a respeito do caso.
O caso Epstein passou por uma mudança política significativa no início de julho.
O ex-presidente Donald Trump sempre disse que divulgaria detalhes do caso, mas semanas atrás o seu governo declarou que não existem provas de uma lista secreta de clientes ligada ao financista.
Essa declaração irritou parte dos conservadores e gerou muitas reações nas redes sociais, especialmente entre apoiadores do movimento “Make America Great Again” (MAGA).
Se Ghislaine Maxwell possuir informações sobre outras pessoas que tenham cometido crimes contra as vítimas, o FBI e o Departamento de Justiça asseguraram que irão escutar o que ela tem a dizer.
O encontro atípico entre o segundo do Departamento de Justiça e uma criminosa convicta levantou várias dúvidas e críticas.
Na rede social X, o senador democrata Sheldon Whitehouse expressou sua desconfiança, questionando se Blanche realmente representa o Departamento ou estaria atuando como advogado pessoal de Trump. Perguntou ainda se foi prometido algum benefício em troca do silêncio ou de um relato favorável ao ex-presidente, e quem esteve presente durante a reunião, além dos registros que serão mantidos.
Trump é conhecido por sua habilidade de lidar com escândalos politicamente, mas está tendo dificuldades para afastar o caso Epstein de sua agenda.
Durante anos, Trump frequentou o mesmo círculo social do financista. O presidente de 79 anos manteve amizade com Epstein e seu nome aparece nos documentos encontrados durante uma investigação do Departamento de Justiça.
Não há evidências de envolvimento de Trump em irregularidades. Seu porta-voz, Steven Cheung, negou as acusações, afirmando que Trump rompeu com Epstein há muito tempo e o expulsou de seu clube na Flórida por má conduta.
Na semana anterior, Trump entrou com uma ação de difamação pedindo 10 bilhões de dólares contra uma publicação que alegou ter recebido uma carta com conteúdo obsceno para Epstein em seu aniversário de 50 anos em 2003.
O retorno desse escândalo para o centro das atenções políticas teve impacto direto no Congresso dos EUA.
A Câmara dos Representantes ficou paralisada esta semana devido a uma tentativa de um congressista republicano, apoiado por democratas, de forçar a votação de uma resolução que exige a divulgação dos documentos judiciais relacionados a Epstein.
O presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, bloqueou a votação alegando que a liberação desses documentos colocaria em risco as vítimas dos crimes atribuídos ao falecido financista.

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