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Parlamentares de sete partidos se organizam para atuar de forma independente
Mesmo com todo o esforço desprendido pelo governo federal para debelar a crise na base aliada, com a promessa de que 12 ministros vão à Câmara após o carnaval estreitar o diálogo e acelerar a aplicação dos recursos referentes às emendas parlamentares do ano passado, a criação do “blocão” dos descontentes, liderado pelo PMDB, está selada.
O grupo, formado por sete partidos governistas, já mostrou o que é capaz de fazer para pressionar a presidente Dilma Rousseff. Ontem, com a ajuda decisiva dos insatisfeitos, a Câmara colocou em votação, como primeiro item da pauta, requerimento da oposição com a finalidade de criar uma comissão externa para investigar suspeitas de pagamento de propinas por parte da empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras, segundo o jornal Valor Econômico.
A votação foi iniciada, e o requerimento chegou a ser aprovado por larga maioria, mas o PT pediu verificação nominal. Pressionado após seguidas obstruções, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), encerrou a sessão alegando que o horário havia sido extrapolado. A votação será retomada hoje. Logo após a reunião de líderes, que decidiu colocar como prioridade a apreciação da criação do grupo para realizar a investigação fora do Brasil, o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), reagiu aos rebelados em tom de ameaça. “Vou relatar ao governo até para ver se vai ser mantido ou não o cronograma que foi decidido ontem (de visitas de ministros à Câmara). Porque, se combinamos uma coisa e depois a situação muda, aí aquilo que foi combinado pode mudar também”, ameaçou.
O petista demonstrou irritação com a atitude do blocão. “Eu não perguntei para cada líder da base que apoiou qual foi a sua motivação. Agora, é evidente que, do ponto de vista da leitura do quadro político, eu não posso descartar essa hipótese (de retaliação). Significa que a reunião que foi feita ontem (segunda-feira), com o vice-presidente e o ministro chefe da Casa Civil e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais não foi suficiente para recolocar nas bases usuais a relação do executivo com a sua base”, declarou.
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