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Parlamento retoma atividades após resistência de bolsonaristas e intervenção policial
O retorno dos trabalhos no Parlamento ocorreu de forma conflituosa, exigindo intervenção do presidente da Câmara, Hugo Motta (República-PB).
Apesar da presença do chefe da Casa no plenário, deputados bolsonaristas resistiram em deixar o local de condução das sessões, saindo apenas após aproximadamente dez minutos. Durante esse período, Hugo Motta contou com o apoio de agentes da Polícia Legislativa e de parlamentares que buscaram mediar o conflito, incluindo o líder do PP, Doutor Luizinho (RJ), e o vice-presidente da Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ).
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) foi uma das que ocuparam a cadeira de Motta, acompanhada da filha de quatro meses. Pouco tempo depois da chegada do presidente da Casa ao plenário, ela se retirou, sendo substituída por outros bolsonaristas.
Antes da retomada da Mesa Diretora por Motta, houve confronto de palavras de ordem entre opositores e bolsonaristas. De um lado, a palavra de ordem foi “anistia já” e do outro, “sem anistia”.
Um acordo previamente estabelecido entre o presidente da Câmara e os líderes partidários prevê sessão às 20h30, com punições para quem resistisse à desocupação, incluindo suspensão do mandato por seis meses e remoção pela polícia legislativa. Mesmo com isso, os deputados bolsonaristas mantiveram a resistência ao desocupar o plenário.
A saída definitiva ocorreu somente após cerca de duas horas, período no qual Motta tentou negociar com a oposição, sem sucesso. Deputados do PL, como o líder Sóstenes Cavalcante (RJ), manteve postura inflexível, condicionando a desocupação à aprovação da anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Sem consenso, Motta reabriu a sessão, pregou a conciliação em discurso, mas acabou encerrando a reunião sem votar nenhum tema. Ficou definido que sessões de votação serão realizadas na Câmara e no Senado no dia seguinte.
A paralisação começou na tarde da terça-feira, logo após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro na noite anterior. O grupo opositor usou a interrupção para pressionar por pautas específicas, como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, além de cobrar do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a tramitação de pedidos de impeachment contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

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