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Parque na zona leste de São Paulo ganha luminárias da Liberdade

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O Parque do Carmo, localizado na zona leste de São Paulo, recebeu luminárias que estavam instaladas no bairro da Liberdade, com a finalidade de valorizar as tradições da comunidade japonesa da região.

A iniciativa foi conduzida pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), com a colaboração da SP Regula e da Ilumina SP. Vários postes de iluminação da Rua dos Aflitos foram restaurados e instalados no Bosque das Cerejeiras. Segundo a Prefeitura de São Paulo, esses equipamentos estavam fora de uso.

Objetivo da ação

Essa ação integra um projeto que busca assegurar que a memória de cada grupo cultural seja devidamente representada, conforme informado pela Prefeitura de São Paulo. A administração municipal ressaltou que a realocação das luminárias no principal parque da zona leste não gerou custos extras além da revitalização.

A movimentação atende às solicitações da Federação Sakura e Ipê do Brasil, entidade que organiza anualmente a Festa da Cerejeira no Parque do Carmo, evento que celebra o florescimento das cerejeiras com culinária típica, apresentações musicais e dança.

“A introdução desses elementos urbanos harmoniza-se perfeitamente com o ambiente paisagístico e simbólico do local, pois a comunidade japonesa é parte integral e ativa da paisagem cultural do parque”, destaca comunicado oficial da Prefeitura. “Assim, a instalação das luminárias simboliza a continuidade e valorização dos elementos materiais e imateriais que constituem o território.”

Contexto histórico e social

As luminárias provenientes da Rua dos Aflitos, na Liberdade, foram retiradas em novembro de 2024 após anos de reivindicação de movimentos negros e indígenas. A região abriga o primeiro cemitério público de São Paulo, onde eram enterradas pessoas escravizadas e vítimas de execuções, muito próximas ao local original.

A retirada dos símbolos japoneses era um pedido desses movimentos. Conforme declarou ao Metrópoles o historiador Wesley Vieira, membro da União dos Amigos da Capela dos Aflitos (Unamca): “As luminárias japonesas, as feiras, o intenso comércio — nada disso condiz com um cemitério. É imprescindível respeitar a memória que este local guarda, assim como os corpos ainda sepultados aqui.”

Após a mudança, o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Rodrigo Ashiuchi, comentou o significado da ação: “Ao transferir as luminárias, promovemos a preservação da memória cultural da comunidade japonesa no Parque do Carmo, respeitando simultaneamente a história e as diversas identidades presentes no bairro da Liberdade.”

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