Paulinho da Força é destaque na proposta de anistia, dizem ministros do STF

A nomeação do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator do projeto de anistia na Câmara dos Deputados foi bem recebida por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Nos bastidores da Corte, a avaliação é de que o parlamentar possui um perfil equilibrado e boa influência política, características que podem favorecer a elaboração de uma proposta sem extremismos e que contribua para a harmonia institucional.

Paulinho assumiu oficialmente o cargo nesta quinta-feira, indicado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Sua principal tarefa será apresentar um novo texto para o projeto que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. A aprovação da urgência da proposta na véspera permite que o tema seja diretamente discutido no plenário.

A escolha de Paulinho foi influenciada por sua boa comunicação com o Judiciário e ministros relevantes do STF. O deputado já atuou em defesa das prerrogativas do Supremo, como ao contestar iniciativas que visavam restringir decisões individuais dos ministros da Corte.

Nos bastidores, membros do STF consideram que o relator pode atuar como uma figura conciliadora, equilibrando as pressões da oposição, que defende uma anistia ampla incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeito à autoridade das decisões judiciais. Espera-se que o texto final privilegie a redução de penas ao invés de um perdão absoluto.

— A intenção é promover a paz no país, propondo uma solução intermediária — declarou Paulinho em entrevista, indicando o desejo de alcançar um acordo que contemple diferentes setores políticos e respeite os limites institucionais.

O foco em reduzir penas, evitando um perdão total, gera divergência entre grupos políticos: bolsonaristas pressionam para incluir militares e líderes políticos acusados de envolvimento nos atos, enquanto parte do centrão prefere limitar o benefício a quem causou danos à praça dos Três Poderes.