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PCC: observador no caso Gritzbach recebia dinheiro de empresas suspeitas

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Kauê do Amaral Coelho, investigado por atuar como informante no assassinato do empresário Vinicius Gritzbach, recebia pagamentos de empresas envolvidas na Operação Falso Mercúrio, deflagrada na manhã desta quinta-feira (4/12), conforme informado pela Polícia Civil de São Paulo.

Durante entrevista coletiva, o delegado Ronaldo Sayeg explicou que duas empresas sob investigação realizavam depósitos para outro suspeito, que posteriormente repassava os valores para Kauê. O responsável por efetuar esses depósitos é Matheus Soares Brito, que está preso e também é apontado por envolvimento no assassinato de Gritzbach.

Os nomes das empresas não foram divulgados.

“Identificamos movimentações financeiras de duas empresas que faziam depósitos para o Mateus, que então repassava para o Kauê”, esclareceu Sayeg.

O informante do Primeiro Comando da Capital (PCC) não integrava o esquema, porém as transferências evidenciaram a ligação da facção com a organização criminosa.

A Operação Falso Mercúrio foi deflagrada contra uma organização criminosa que realizava lavagem de dinheiro para o PCC. As investigações da 3ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), revelaram uma complexa estrutura para movimentar recursos oriundos de diversos crimes, como tráfico de drogas, estelionato e jogos de azar.

Essa rede operava por meio de três núcleos principais: coletores, responsáveis por arrecadar valores ilícitos; intermediários, encarregados de movimentar e esconder os recursos; e beneficiários finais, que recebiam o dinheiro já lavado. Cada grupo exercia funções específicas para garantir o funcionamento do esquema, conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

A Justiça decretou o bloqueio de 49 imóveis, três embarcações e 257 veículos relacionados aos investigados. Também foram bloqueadas as contas de pelo menos 20 pessoas físicas e 37 jurídicas.

As investigações ressaltam que a organização oferecia um verdadeiro “serviço financeiro” ao PCC, facilitando a ocultação e dissimulação de grandes somas de dinheiro.

Além disso, os envolvidos utilizavam artifícios para evitar os controles automatizados dos órgãos fiscalizadores, criando um circuito financeiro paralelo que dificultava o rastreamento dos valores.

Caso Gritzbach

O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, era alvo de uma sentença de morte pelo PCC por supostamente ter ordenado o assassinato de dois integrantes da facção. Ele foi executado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, região metropolitana do estado, em 8 de novembro.

Segundo o Ministério Público de São Paulo, Gritzbach teria encomendado a morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, conhecido como Sem Sangue, motorista de Anselmo. O empresário atuava no setor de bitcoins e criptomoedas.

O duplo homicídio aconteceu em 27 de dezembro de 2021, supostamente com a colaboração do agente penitenciário David Moreira da Silva. Noé Alves Schaum, apontado como executor dos membros do PCC, foi morto em 16 de janeiro do ano seguinte.

Gritzbach esteve preso até 7 de junho de 2023 e, após ganhar liberdade condicional, passou a usar tornozeleira eletrônica.

Dentre os suspeitos do assassinato está Emílio Carlos Gongorra Castilho, também conhecido como Bill ou João Cigarreiro. Ele é suspeito de participação no sequestro de Gritzbach em 2022, realizado por membros da facção e policiais civis coniventes com os criminosos.

Castilho pertence ao crime organizado do Rio de Janeiro e teria emprestado dinheiro ao empresário. A polícia ainda não confirmou se esse empréstimo estaria relacionado à ordem de homicídio.

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