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PDT deixa base aliada de Rollemberg e coloca cargos à disposição no DF
Decisão foi anunciada pela executiva regional da legenda; partido preside Câmara Legislativa e comanda ‘supersecretaria’. Pela manhã, Rollemberg não quis comentar cisão.
A executiva regional do PDT no Distrito Federal anunciou nesta terça-feira (10) que o partido não integra mais a base aliada do governador Rodrigo Rollemberg. Com a decisão, a sigla diz “colocar à disposição” do governo os cargos que são, atualmente, ocupados por seus filiados.
A decisão foi oficializada após um mês de “cisão”, motivada pela reforma da previdência dos servidores distritais e outras discordâncias em projetos. Em nota, o partido diz que “continuará a votar favoravelmente a projetos que considera importantes para a população e cidade, de acordo com seu programa e estatuto”.
O comunicado de cisão é assinado pelo presidente regional da legenda e ex-secretário do Trabalho do governo Rollemberg, Georges Michel Sobrinho. Desde o início da gestão do atual governador, em 2015, o PDT ocupa cargos importantes no governo e é considerado um dos principais aliados.
Também em nota, o Palácio do Buriti disse lamentar a decisão do PDT, “que o obrigará a rever o espaço administrativo que o partido ocupava até então”. O governo diz esperar “que o PDT realmente respeite os seus compromissos com a cidade e sua população e vote a favor de projetos que sao do interesse e importantes para o desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal”.
Cargos atuais
Até esta terça, o partido estava à frente da “supersecretaria” que reúne as pastas de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. O órgão é comandado por Gutemberg Gomes, e a subsecretaria de Trabalho, por Thiago Jarjour – ambos filiados ao PDT.
Na Câmara Legislativa, o PDT é representado pelo atual presidente da Casa, Joe Valle, e pelo deputado Reginaldo Veras. No Congresso, a bancada do DF na Câmara e no Senado não tem representantes da legenda.
Entre 2015 e 2016, o partido chegou a contar com dois senadores pelo DF – Cristovam Buarque (hoje, no PPS) e Reguffe (hoje, sem partido) – e com a presidência da Câmara Legislativa, nas mãos de Celina Leão (hoje, no PPS). Os três romperam com o PDT e com Rollemberg, ao longo dos últimos anos.
Um mês de conflito
Em 11 de setembro, Rollemberg exonerou 27 servidores comissionados lotados em agências do Trabalhador e em outros departamentos da Secretaria do Trabalho, como uma resposta aos conflitos entre a base aliada e o PDT.
Na época, o governador afirmou que “quem não vota com o governo não participa do governo”, mas evitou o uso do termo “retaliação” para se referir à medida.
Em nota divulgada naquele momento, o PDT disse que o Palácio do Buriti atuava “com o intuito de intimidar e pressionar os deputados distritais” para que votassem favoravelmente ao projeto de lei complementar que cria a nova previdência dos servidores.
O projeto foi aprovado duas semanas depois, em 26 de setembro, em uma sessão que se arrastou até a madrugada. Na ocasião, tanto Joe Valle quanto Reginaldo Veras votaram contra o texto defendido por Rollemberg.
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