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Pediatria do Gama, no DF, registra filas para atendimento no mesmo dia da reinauguração
Pacientes afirmam que médicos novatos não sabiam usar o sistema de prontuário eletrônico. Secretaria de Saúde diz que dois pediatras trabalharam no local, e que foram feitos 127 atendimentos durante plantão.
No primeiro dia de funcionamento após a reinauguração da unidade de pediatria do Hospital Regional do Gama, pais contaram esperar de oito a dez horas por atendimento na noite desta quinta-feira (2). A Secretaria de Saúde informou que duas médicas estavam de plantão e que foram registrados 127 atendimentos das 19h de quinta-feira às 7h desta sexta (3).
Durante a cerimônia de reabertura, o governador Rodrigo Rollemberg anunciou novos leitos e afirmou que todas as atividades do hospital retornariam ao normal. “Volta a funcionar de forma definitiva e completa o centro de pediatria do Gama. Dez leitos no pronto-socorro e 20 novos leitos. Isso foi possível graças à contratação de 22 pediatras sendo que dois deles terão jornada de 40 horas.”
A pediatria foi reaberta com a contratação de 22 médicos temporários e a reforma do pronto-socorro, que custou R$ 140 mil. A unidade foi fechada em setembro de 2016 por falta de médicos. O centro tinha oito pediatras, mas quatro entraram em licença, e o hospital informou que não poderia mais manter a escala de atendimento. Os pacientes passaram a ser direcionados ao Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib).
O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, informou que com as novas contratações o governo iria suprir as necessidades de atendimento da unidade. “Conseguimos médicos suficientes para fechar todas as escalas do Hospital do Gama, que reabre hoje com 100% da sua capacidade para atendimento de pediatria.”
A espera para o atendimento, segundo os pacientes, não foi somente pela falta de médicos. De acordo com o promotor de vendas Wellington Alencar, uma das justificativas pela demora é que os médicos contratados não sabem utilizar o sistema e não foram autorizados a fazer os prontuários manualmente.
“A desculpa do hospital é que o médico não sabe mexer no sistema e ele não pode fazer o prontuário na caneta. Teve uma médica que se dispôs a atender sem usar o sistema e foi proibida pela direção do hospital.”
A dona de casa Danila Cristina buscou atendimento para o filho Pietro, de 11 meses. Os dois chegaram ao hospital às 16h e foram atendimentos quatro horas depois. Já a mãe de Larissa Pietra, a dona de casa Dalvana Schutz, disse que chegou às 16h e até a meia-noite ainda não tinha conseguido atendimento.
“Eles não se reorganizaram. Eles chegaram e decidiram reabrir, colocaram dois médicos. Dois médicos para atender São Sebastião, Ceilândia, Entorno, Gama, Santa Maria, como vão dar conta?”
Outra paciente, a operadora de caixa Luana Lucas contou que uma das médicas contratadas informou que esse seria o último plantão no hospital. “Ela disse que esse é o último plantão dela e que amanhã de manhã [sexta] vai embora porque não aguenta. Uma médica para atender 70 crianças não tem condições.”
De acordo com a Secretaria de Saúde, nenhuma médica escalada abandonou o plantão e nesta sexta-feira, dois pediatras estariam na unidade pela manhã, outros quatro viriam trabalhar no período vespertino e mais dois médicos assumiriam o plantão da noite.
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