Economia
Peso argentino cai com crise política no país

O peso da Argentina caiu rapidamente nesta sexta-feira (19), levando o Banco Central a usar suas reservas para conter a queda dentro dos limites definidos pelo governo de Javier Milei, que enfrenta eleições legislativas em menos de um mês.
No Banco Nación, maior banco público do país, a moeda foi cotada na abertura a 1.515 pesos por dólar, ultrapassando o valor máximo permitido, em meio a uma grande instabilidade.
Na noite de quinta-feira (18), o ministro da Economia, Luis Caputo, afirmou que o Banco Central venderia reservas até o último dólar para segurar a cotação do peso. “Não vamos sair do programa”, declarou em entrevista.
Esta semana, após cinco meses sem atuar no mercado cambial, o Banco Central teve que intervir na quarta-feira (17), vendendo 432 milhões de dólares em reservas para tentar estabilizar a moeda.
O governo autorizou também ações via Tesouro Nacional, já que o acordo feito com o FMI em abril, que garantiu um empréstimo de 20 bilhões de dólares, impede a venda de reservas enquanto a cotação do dólar ficar dentro da faixa prevista.
A Argentina enfrenta um período turbulento politicamente.
Em 7 de setembro, o governo perdeu as eleições na província mais populosa, Buenos Aires, para o opositor partido peronista, e em 26 de outubro enfrentará as eleições legislativas nacionais.
O Congresso, onde o governo é minoria, anulou um veto presidencial a uma lei que destinava mais recursos para pessoas com deficiência, contrariando as políticas de ajuste fiscal de Milei. Novas decisões semelhantes podem acontecer em breve.
O dólar subiu enquanto a justiça investiga supostas irregularidades na Agência Nacional de Deficiência, envolvendo Karina Milei, irmã do presidente e importante integrante do governo.
O governo tenta evitar que a desvalorização do peso eleve a inflação, que vinha apresentando sinais de controle, um dos avanços do governo liberal de Milei.

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