Economia
Petrobras cai forte na bolsa após balanço e planos para gás

As ações da Petrobras sofreram uma queda significativa na bolsa nesta sexta-feira, um dia depois da divulgação dos resultados do segundo trimestre. Às 12h45, a ação ordinária da empresa (PETR3) recuava 7,47%, cotada a R$ 32,95, enquanto a ação preferencial (PETR4), mais negociada, caía 5,2%, para R$ 30,84.
O mercado reagiu de forma negativa ao balanço mais desafiador e ao anúncio de que a companhia retornará ao investimento na distribuição de gás de cozinha. A petrolífera reportou um lucro líquido de R$ 26,652 bilhões no segundo trimestre, conforme esperado, mas informou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos ordinários.
Esse valor desapontou os investidores, já que a previsão da XP era de uma distribuição em torno de R$ 12,1 bilhões.
Além disso, as ações foram pressionadas pelo aumento das despesas operacionais, mesmo com preços menores do petróleo Brent, referência internacional. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do trimestre foi de US$ 10,2 bilhões.
Para o BTG, a queda anual de 14% no Ebitda e de 4% em relação ao trimestre anterior refletiu esses fatores, parcialmente compensados pelo aumento da produção. O banco também destaca que o endividamento aumentou, reduzindo a flexibilidade financeira da Petrobras.
Os analistas do Citi consideraram os resultados abaixo das expectativas, mencionando o aumento dos investimentos (capex) mesmo com o recuo nos preços do barril, impactando o fluxo de caixa livre e a distribuição de dividendos.
Segundo Monique Greco, analista do Itaú BBA, o anúncio de um menor valor em dividendos é a principal razão para a resposta negativa das ações na bolsa.
Plano para gás causa apreensão
Os especialistas do Banco Safra comentam que o retorno à distribuição de gás anunciado no novo plano estratégico pode gerar preocupações. Eles apontam que essa iniciativa poderia resultar em interferências nos preços de venda, prejudicando a rentabilidade da empresa.
O banco destaca que os investidores poderão adotar uma postura mais cautelosa a respeito da governança da companhia diante dessas decisões.
A Petrobras já atuou no setor com a Liquigás, vendida em 2021 à Copagaz durante o governo de Jair Bolsonaro. Fontes do setor indicam que a estratégia atual atende a um pedido do presidente Lula, que frequentemente criticou os valores do botijão de gás.
Na véspera, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a reinserção da distribuição de gás de cozinha no plano estratégico da empresa, marcando o retorno oficial a esse segmento após alguns anos.

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