Economia
Petrobras: teste final na Margem Equatorial termina nesta quarta

Está previsto para esta quarta-feira o encerramento da Avaliação Pré-Operacional (APO), fase fundamental para que a Petrobras possa dar início à exploração na Bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial, litoral norte do Brasil.
Essa última etapa consiste em testes rigorosos que visam garantir a segurança ambiental da atividade de exploração petrolífera, antes que o Ibama tome a decisão final sobre a concessão da licença para a perfuração do primeiro poço da área. Após uma negativa inicial, a estatal solicitou reconsideração oferecendo reforços nas medidas de proteção.
Desde o domingo à noite, a Petrobras realiza várias simulações para verificar a funcionalidade dos equipamentos, a rapidez das equipes diante de emergências, a capacidade de resgatar animais afetados, e a efetividade da comunicação com autoridades e comunidades locais.
A Bacia da Foz do Amazonas situa-se no litoral do Amapá e integra a Margem Equatorial, uma região que se estende até o Rio Grande do Norte e representa uma importante nova fronteira para a exploração de petróleo no país.
Simulação de vazamento e mobilização
Entre as operações recentes, foi simulada uma possível ocorrência de derramamento de óleo, falha no conjunto de válvulas de segurança (BOP) e utilização de um robô submarino para inspeção do local.
Participam da simulação cerca de 400 profissionais, com apoio de 13 embarcações e três aeronaves. A área de pesquisa está situada a aproximadamente 175 quilômetros da costa do Amapá e a mais de 500 quilômetros da foz do rio Amazonas.
Fontes envolvidas no exercício asseguram que todos os procedimentos previstos estão sendo cumpridos conforme planejado, com expectativa de conclusão até esta quarta-feira.
Além dos testes em alto-mar, o processo conta com centros de atendimento e reabilitação de fauna em Oiapoque (AP) e Belém (PA), funcionando como hospitais especializados para aves, tartarugas, golfinhos e peixes-boi, dispondo de ambulatórios, salas de estabilização e centro cirúrgico.
Próximos passos e importância estratégica
Se os testes forem finalizados sem contratempos, o Ibama poderá finalizar sua análise com agilidade. Caso contrário, poderá ser necessário mais tempo para avaliação. Experiências anteriores, como na Bacia Potiguar em setembro de 2023, mostram que a licença ambiental é concedida pouco tempo após simulações bem-sucedidas.
Esta licença é uma prioridade para a gestão atual da Petrobras, liderada por Magda Chambriard, já que a exploração nessa região pode compensar o declínio previsto da produção no pré-sal da costa sudeste.
Desde maio de 2023, quando o Ibama inicialmente rejeitou o pedido, houve resistência técnica à aprovação, mas a direção do órgão decidiu conceder mais prazo para que a Petrobras responda aos questionamentos antes de emitir a decisão final.
Esclarecimentos sobre a Avaliação Pré-Operacional (APO)
- Objetivo da APO: etapa final do licenciamento ambiental para testar os planos de resposta a emergências da empresa.
- Equipamentos mobilizados: seis embarcações especializadas em contenção de óleo; um navio sonda; três aeronaves para resgate e monitoramento; seis embarcações para atendimento à fauna; além dos dois centros especializados em Oiapoque e Belém.
- Centros de Atendimento e Reabilitação de Fauna: infraestrutura completa para tratamento de animais marinhos e terrestres afetados durante operações.
- Participantes: aproximadamente 400 pessoas envolvidas nas simulações.
- Perfuração de poço: não ocorrerá durante a APO, que antecede a aprovação licenciadora.
- Simulação de óleo chegando à costa: descartada nos estudos prévios pelo afastamento das áreas de perfuração em relação à costa e às correntes marítimas.
- Licença para perfuração: o Ibama definirá prazos e decisões após a conclusão dos testes.

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