Economia
Petróleo sobe com dúvidas sobre paz entre Rússia e Ucrânia e possível tarifa à Índia

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta na segunda-feira, 25, devido ao aumento das dúvidas sobre um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia e à expectativa de que os Estados Unidos imponham tarifas adicionais à Índia por adquirir petróleo russo. A previsão é que essas sanções secundárias sejam aplicadas ainda nesta semana.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI com vencimento em outubro encerrou o dia com alta de 1,79% (US$ 1,14), cotado a US$ 64,80 por barril. Já o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 1,49% (US$ 1,00), atingindo US$ 68,22 o barril.
Os investidores estão céticos quanto a um acordo de paz próximo, sobretudo após o presidente norte-americano, Donald Trump, declarar que “veremos o que acontece” nas próximas duas semanas, alertando sobre possíveis consequências caso o conflito não seja resolvido.
Além disso, está prevista a aplicação de uma tarifa adicional de 25% sobre a Índia, devido às compras de petróleo russo, iniciando na quarta-feira, conforme anunciado pelo conselheiro de Trump, Peter Navarro, na semana passada.
“Alguns investidores acreditam que um prêmio de risco é ainda necessário para se antecipar a possíveis interrupções adicionais no fornecimento da Rússia nas próximas semanas e meses”, comenta a empresa de consultoria em energia independente Ritterbusch. O comprometimento dos negociantes evidencia “uma forte tendência altista”, visto que o interesse em vender por parte dos fundos “reduziu significativamente”.
Analistas do ING compartilham essa visão e acrescentam que dúvidas quanto a um acordo entre Rússia e Ucrânia e a possibilidade de sanções mais rigorosas ainda pressionam o mercado. “A aplicação de tarifas secundárias contra a Índia por suas aquisições de petróleo russo é cada vez mais provável para 27 de agosto”, afirmam os especialistas.
O banco também observa que os preços do petróleo são sustentados por uma maior disposição ao risco, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, indicar a chance de corte na taxa de juros no próximo mês. Contudo, as decisões dos investidores continuam atentas aos próximos dados econômicos sobre emprego e inflação.

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