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PF abre inquérito para apurar se Cerveró lavou dinheiro e ocultou bens

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A delegacia de repressão a crimes financeiros da Polícia Federal no Paraná abriu inquérito para investigar Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, pelos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Cerveró foi preso nesta quarta-feira, na Operação Lava Jato, que apura irregularidades em contratos da estatal.

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No pedido que baseou a prisão do ex-diretor, a Justiça Federal também determinava a abertura do inquérito. O pedido da Justiça foi realizado no dia 1º deste mês e o inquérito foi aberto no dia 5.

Cerveró é um dos alvos da Operação Lava Jato desde 2014, quando foi deflagrada. Ele já havia sido denunciado na Justiça por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. A Justiça argumenta que logo depois de ter sido denunciado, o ex-diretor da Petrobras tentou resgatar quase meio milhão de reais do plano de previdência privada dele para transferir para outra previdência em nome da filha, Raquel Cerveró. Isso mesmo alertado pelo banco de que perderia mais de R$ 100 mil por causa de impostos.

Para o Ministério Público Federal, a única justificativa para uma perda de mais de 20% do dinheiro seria evitar o confisco de todo o investimento, em caso de condenação.

Outra operação que chamou a atenção dos investigadores. O Coaf, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, identificou pelo menos cinco operações atípicas em que Cerveró fez saques na boca do caixa ou pagou apartamentos em dinheiro vivo. A Polícia Federal também afirma que Nestor Cerveró, realizou várias operações de compra e venda de imóveis nos últimos anos que, de acordo com as investigações, têm indícios de lavagem de dinheiro.

Entre 2002 e 2012, Cerveró comprou nove imóveis. Em junho do ano passado, cerca de três meses depois de iniciada a Operação Lava Jato, Cerveró passou para o nome dos filhos três apartamentos, todos em Ipanema, bairro de classe alta na Zona Sul do Rio de Janeiro. Dois deles são no prédio mostrado no vídeo.

De acordo com o que foi declarado no dia do negócio, um apartamento foi para o filho, Bernardo Cerveró, por R$ 200 mil, e outro pra filha, por R$ 160 mil. No mercado, imóveis nesse prédio valem mais de R$ 2,3 milhões, segundo apuração pelo próprio MP. O outro apartamento, também transferido para os filhos, é em um prédio, também em Ipanema. E o valor declarado foi de R$ 650 mil.

A TV Globo  consultou duas corretoras que afirmaram que os valores declarados estão abaixo da média de mercado. Ao pedir a prisão, os procuradores afirmaram que “não indicativos de que o esquema criminoso foi estancado. Pelo contrário, há notícias de pagamentos de ‘propinas’ efetuados por empresas para diretores da Petrobras mesmo em 2014”. Mas o Ministério Público não deu mais detalhes.

Defesa
O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, disse que a movimentação financeira feita por seu cliente foi “normal”.

“A movimentação financeira, uma movimentação imobiliária, são atos normais da vida civil. Não há nenhuma ilegalidade nisso. A filha dele é doente, o Nestor estava indo para a Inglaterra, passar Natal e Réveillon com a sua família, a família da esposa, então iria disponibilizar esse dinheiro que estava aplicado para qualquer eventualidade. Não chegou nem a fazer isto”, disse o advogado.

O advogado de Nestor Cerveró disse ainda que um dos imóveis passados para os filhos é fruto de herança. E que os outros dois apartamentos foram comprados com dinheiro do salário do ex-diretor.

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