PF diz que operador cuidava de propina dentro da Prefeitura de São Bernardo

Paulo Iran Paulino Costa é apontado como o principal responsável por coordenar um esquema de corrupção que envolve o prefeito de São Bernardo do Campo. De acordo com a Polícia Federal, ele gerenciava os pagamentos de propina a partir do Paço Municipal, sede da prefeitura da cidade. A comprovação vem de metadados de fotos encontradas na galeria do seu celular.

O servidor foi alvo de um mandado de prisão preventiva durante a Operação Estafeta, deflagrada em 14 de agosto. No mês anterior, foram encontrados com ele R$ 14 milhões em dinheiro vivo, dando início à investigação. Nesta operação, o prefeito Marcelo Lima (Podemos) foi afastado por suspeita de participação no esquema.

As investigações revelam que o operador usava post-its para organizar os pagamentos das propinas, com anotações a lápis indicando o destino do dinheiro, usando códigos como “Lixo”, “Saúde” e “U$”. Metadados de uma imagem tirada em 17 de junho deste ano indicam que as operações eram feitas dentro da Prefeitura Municipal, o que demonstra que as atividades financeiras do operador estavam diretamente ligadas ao Executivo Municipal.

Paulo Iran também pagava despesas pessoais da família do prefeito Marcelo Lima, incluindo contas de telefone, cartões de crédito e até a faculdade de medicina da filha do prefeito. Embora o pedido de prisão do prefeito tenha sido negado, ele está afastado do cargo e com tornozeleira eletrônica.

Outros envolvidos na operação incluem Antonio Rene da Silva Chagas, conhecido como “Renegade”, que dividia o dinheiro do esquema; Fabio Augusto do Prado, secretários envolvidos em conversas sobre a chegada de valores; e Roque Araújo Neto, com um crédito de R$ 390 mil em anotações encontradas. Sócios de empresas também estão sob investigação por suspeita de ligação com o esquema.

O combate à corrupção segue em curso, com a Polícia Federal investigando e reunindo provas para responsabilizar todos os envolvidos.