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PF diz que PM perguntou sobre ajuda em ação contra Comando Vermelho
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, informou que a PF foi avisada sobre a operação no Rio de Janeiro, mas considerou que a ação não justificava a participação da instituição.
— A inteligência da Polícia Militar entrou em contato com a nossa unidade no Rio para verificar a possibilidade de colaboração, porém, após análise do plano operacional, nossa equipe concluiu que não era adequado participarmos.
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, destacou que informações sobre operações dessa importância precisam ser trocadas apenas em níveis de hierarquia elevados:
— A comunicação entre os governantes deve ocorrer nos níveis mais altos. Uma decisão dessa magnitude não pode ser feita por níveis inferiores. Caso a operação exigisse o envolvimento do governo federal, o presidente, o ministro da Justiça ou o diretor-geral da PF deveriam ser informados — afirmou o ministro. — A Polícia Federal foi informada de algumas partes do plano que estava sendo preparado localmente no Rio de Janeiro.
Essa é a primeira vez que um membro do governo federal admite ter sido consultado sobre apoio na ação, considerada a mais letal no estado, que resultou em pelo menos 120 vítimas fatais. A crise na segurança gerou divergências políticas entre a gestão de Cláudio Castro e o governo de Lula.
Castro reclamou da falta de cooperação federal no combate ao crime organizado e mencionou que três solicitações de blindados às Forças Armadas foram rejeitadas pelo governo federal. Entretanto, integrantes da equipe petista esclarecem que empréstimos desse tipo só ocorrem em caso de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), e que a Força Nacional está presente no estado desde 2023.
Rodrigues reforçou que a polícia foi informada de forma geral sobre o planejamento da operação e concluiu que não possuía respaldo legal para atuar:
— Houve um contato operacional informando sobre a grande operação e questionando possível participação da PF. Após análise, entendemos que a atuação da PF não era adequada nesse contexto, pois a operação, conduzida pelo estado, envolvia mais de 100 mandados, sem atribuição legal para a Polícia Federal participar.
Ele afirmou ainda que o superintendente local recebeu a decisão de que a PF não participaria e que não foi comunicada sobre o momento da deflagração da ação.
— A participação da PF foi descartada e não fomos avisados da data da operação — concluiu.
Ricardo Lewandowski reiterou a necessidade de comunicação em níveis superiores para operações dessa dimensão:
— Governantes precisam se comunicar nos níveis mais altos. Decisões assim não podem ser tomadas por segundo ou terceiro escalão. Se o governo federal tivesse que interferir, os principais líderes deveriam ser informados — ressaltou. — A Polícia Federal recebeu informações limitadas sobre os planos locais no Rio de Janeiro.

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