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PF faz dez buscas na capital paulista em nova etapa da Lava Jato
A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta quinta-feira (4), dez mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para a delegacia para prestar depoimento na capital paulista durante a nova fase da Operação Lava Jato.
Um dos mandados de condução coercitiva é do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que chegou à sede da PF em São Paulo às 9h30. Acompanhado de um agente da Polícia Federal e um homem de terno, que segundo funcionários da PF é seu advogado, Vaccari não quis falar sobre seu depoimento. Ele não estava algemado.
Os mandados de busca ocorrem em empresas de engenharia com sede ou escritórios em São Paulo.
Além de São Paulo, a ação começou durante a madrugada em mais três estados – Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. Ao todo, devem ser cumpridos 62 mandados: um de prisão preventiva, três temporárias, 18 de conduções coercitivas e 40 de busca e apreensão.
Segundo a PF, esta fase da ação é fruto da análise de documentos e contratos apreendidos anteriormente pela PF. Também contribuíram para esta nova etapa as informações oriundas da colaboração de um dos investigados, além da denúncia apresentada por uma ex-funcionária de uma das empresas investigadas. Os investigados, ainda segundo a PF, poderão responder pelos crimes de fraude e licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A Lava Jato foi deflagrada em 17 de março de 2014 pela PF e identificou um grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio. A Petrobras está no centro das investigações da operação, que apontou dirigentes da estatal envolvidos no pagamento de propina a políticos e executivos de empresas que firmaram contratos com a petroleira.
No dia 27 de janeiro, a Polícia Federal abriu mais 10 inquéritos para investigar possíveis fraudes em contratos da Petrobras. As investigações vão apurar a participação de empresas no esquema comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Os documentos, assinados no dia 23 de janeiro, entraram no sistema da Justiça Federal no dia 26. Em um acordo de delação premiada, ele disse que as empresas pagavam propinas a funcionários da estatal para fechar contratos de obras.
Os inquéritos vão apurar a possível participação das empresas MPE Montagens e Projetos Especiais, Alusa Engenharia, Promon Engenharia, Techint Engenharia e Construção, Construtora Andrade Gutierrez, Skanska Brasil, GDK, Schain Engenharia, Carioca Christiani Nielsen Engenharia e Setal Engenharia Construções e Perfurações.
O delegado responsável pelo caso levou em conta os depoimentos de Youssef como base para abrir os novos inquéritos. Além disso, houve análise em diversos documentos, como recibos e comprovantes de depósitos que comprovariam a ligação entre essas empresas e outras pessoas investigadas na Lava Jato.
Entre os delitos cometidos por supostos “clientes” do esquema de movimentação ilegal de dinheiro estão tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos.
As outras fase da Operação
Desde que foi deflagrada, a Lava Jato cumpriu dezenas de mandados em várias etapas. A maior delas se deu em novembro de 2014, quando foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão, seis de prisão preventiva, 21 de prisão temporária e nove de condução coercitiva. Esta fase culminou na abertura de seis ações penais contra executivos de empreiteiras, além de ex-diretores da estatal e pessoas acusadas de operar o esquema de pagamentos de propina.
Veja quando foram realizadas as novas etapas:
1ª fase (17/03/2014) – Operação é deflagrada em sete estados e cumpre 130 mandados judiciais.
2ª fase (20/03/2014) – Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária.
3ª fase (11/04/2014) – Foram cumpridos 16 mandados de busca, 3 de prisão temporária e 6 de condução coercitiva.
4ª fase (11/06/2014) – Foram cumpridos um mandado de busca e apreensão e outro de prisão preventiva.
5ª fase (01/07/2014) – Foram cumpridos 7 mandados de busca, 1 de prisão temporária e 1 de condução coercitiva;
6ª fase (22/08/2014) – Foram cumpridos 15 mandados de busca e 1 de condução coercitiva;
7ª fase (14/11/2014) – Foram cumoridos 49 mandados de busca, 6 de prisão preventiva, 21 de prisão temporária e 9 de condução coercitiva;
8ª fase (14/01/2015) – PF cumpre um mandado de prisão preventiva.
Audiências
Desde segunda-feira (2), o juiz Sérgio Moro realiza uma série de audiências com testemunhas de acusação no processo sobre corrupção na Petrobras. Nesta quinta, quarto dia de oitivas, continuam a ser ouvidas testemunhas arroladas no processo que envolve executivos da construtora OAS.
Estão previstos os depoimentos de Pedro Aramis de Lima Arruda, gerente de Segurança Empresarial da Petrobras; Gerson Luiz Gonçalves, chefe de auditoria interna da estatal; e Marcelino Guedes Ferreira Mosqueira Gomes, ex-presidente da Refinaria Abreu e Lima.
Fonte: G1