PF indica Rodrigo Manga como chefe de esquema criminoso em Sorocaba

A Polícia Federal identificou o prefeito afastado de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), popularmente conhecido como “prefeito TikToker”, como o líder de uma quadrilha e principal beneficiário de um esquema de corrupção envolvendo contratos públicos, conforme relatório obtido pelo G1.

O documento aponta que a organização criminosa está diretamente ligada ao mandato do prefeito. As ações ilegais, entre elas lavagem de dinheiro e outros crimes contra a administração pública, começaram em janeiro de 2021, pouco depois da posse de Rodrigo Manga. Ele teria sido reeleito em 2024.

Segundo a Polícia Federal, a estratégia para legitimar o dinheiro ilícito foi a utilização de contratos de publicidade que, na realidade, não eram executados.

O relatório destaca: “Rodrigo Manga, conforme descrito na investigação, é o líder do grupo criminoso e o maior beneficiário das ações ilegais em curso. Por isso, a suspensão de suas funções públicas é crucial para cessar os crimes na administração municipal de Sorocaba/SP“.

Os contratos foram firmados pela empresa ME, hoje conhecida como 2M Comunicação e Assessoria, pertencente à esposa do prefeito, Sirlange Rodrigues Frate, com entidades associadas a outros envolvidos, como a Sim Park Estacionamento EirelI, do empresário Marco Silva Mott, e a Igreja Cruzada dos Milagres dos Filhos de Deus, vinculada a Josivaldo de Souza, cunhado de Manga, e a Simone Rodrigues Frate Souza, irmã de Sirlange.

A investigação revela que os contratos eram fictícios e funcionavam como um artifício para inserir recursos obtidos por meio de crimes na economia legal.

O documento enfatiza que os acordos de publicidade firmados pela empresa da esposa de Rodrigo Manga com as empresas mencionadas são meras simulações criadas para mascarar a origem ilícita dos valores e reinseri-los no mercado formal.

Em resposta, a defesa de Rodrigo Manga afirma que a investigação da Polícia Federal em Sorocaba é nula, pois teria sido iniciada de maneira irregular e conduzida por autoridade incompetente.

A defesa de Sirlange Rodrigues Frate Maganhato declarou que todas as operações financeiras citadas são lícitas, devidamente documentadas e informadas na declaração de Imposto de Renda.

Os representantes de Josivaldo, Simone e da Igreja Cruzada dos Milagres dos Filhos de Deus asseguram que não participaram de nenhuma ação ilegal e que os recursos da igreja e de seus membros foram corretamente declarados às autoridades desde 2018. Já a defesa de Marco Silva Mott informou desconhecer os fatos mencionados e que se posicionará após analisar as provas da investigação criminal.