Conecte Conosco

Economia

PF investiga empresa ligada a sócios de fintech suspensa por BC envolvida em captação de R$ 12 bi do BRB

Publicado

em

As investigações da Polícia Federal indicam que dois executivos da Tirreno, empresa de fachada utilizada pelo Banco Master para captar R$ 12,2 bilhões do Banco de Brasília (BRB), também foram sócios de uma fintech suspensa do Pix por ter recebido recursos desviados durante um ataque à C&M Software, ocorrido em julho.

De acordo com relatório da PF, ao qual o Broadcast teve acesso, André Felipe de Oliveira Seixas Maia (ex-funcionário do Master e diretor da Tirreno) e Henrique Souza e Silva Peretto (responsável por integralizar o capital social da empresa) foram sócios da empresa Sillium Consultoria em Negócios, Finanças e Meios de Pagamento — atualmente chamada Nuoro Pay.

André Seixas Maia e Henrique Peretto chegaram a ser detidos temporariamente pela Polícia Federal, mas foram liberados na noite de quinta-feira, dia 20.

A Nuoro foi uma das primeiras fintechs suspensas cautelarmente do Pix após o ataque, sob suspeita de ter recebido parte dos valores desviados da C&M, e permanece até hoje excluída do sistema de pagamentos instantâneos.

Mesmo não sendo sócios da fintech no momento da suspensão, em julho, André Seixas Maia teve participação na Nuoro (quando ainda era chamada Sillium) em três períodos diferentes, enquanto Henrique Peretto participou como sócio entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2025.

Investigação e suspeitas

A Polícia Federal identificou que a Tirreno funcionava como empresa de fachada para o Banco Master em um esquema. O banco teria contratado a compra de créditos consignados inexistentes da empresa e repassado esses contratos ao BRB, elevando o valor para R$ 12,2 bilhões. Essa operação visava assegurar a liquidez necessária para o pagamento de Certificados de Depósito Bancário (CDBs).

A Tirreno foi fundada em novembro de 2024 com o nome “SX 016 Empreendimentos e Participações” pelo empresário Daniel Moreira Bezerra, que oferece empresas de prateleira. Em dezembro do mesmo ano, a empresa foi transferida para André Seixas Maia, ex-funcionário do Master, e renomeada Tirreno, quando iniciou a parceria com o banco Master.

Henrique Peretto, sócio de André Seixas Maia em outras empresas, é apontado como responsável por aumentar o capital social da Tirreno de R$ 100 para R$ 30 milhões.

Segundo o relatório, a Tirreno repassou R$ 6,7 bilhões ao banco entre janeiro e junho de 2025, e esses contratos foram depois cedidos pelo Master ao BRB por R$ 12,2 bilhões. As transações foram canceladas após falta de documentos, mas a parceria com o Master continuou.

A investigação do Banco Central, citada pela PF, sugere que os créditos supostamente gerados pela Tirreno não existiam, e que seu único relacionamento financeiro era com o banco Master, sem registro de movimentações via TED, Pix, boletos ou câmbio.

A Polícia Federal também ressaltou que André Seixas Maia e Henrique Peretto são sócios na empresa Cartos, cujos correspondentes teriam autorizado todos os créditos intermediados pela Tirreno. Isso reforça a suspeita de que a Tirreno serviu para ocultar a atuação criminosa da Cartos, responsável real pela origem dos créditos que possibilitaram a captação junto ao BRB.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados