Também participariam do esquema, de acordo com a PF, um vice-presidente de Gestão de Ativos, além de um servidor do banco, empresários e dirigentes de empresas dos ramos de frigoríficos, concessionárias de administração de rodovias, empreendimentos imobiliários, além de um operador do mercado financeiro.
A investigação da Operação Cui Bono é um desdobramento da Operação Catilinárias, realizada em 15 de dezembro de 2015. Naquela oportunidade, os policiais federais encontraram um aparelho celular em desuso na residência do então presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), cassado no ano passado.
Submetido a perícia e mediante autorização judicial de acesso aos dados do dispositivo, a Polícia Federal extraiu uma intensa troca de mensagens eletrônicas entre Cunha e Geddel Vieira entre 2011 e 2013.
As mensagens indicavam a possível obtenção de vantagens indevidas pelos investigados em troca da liberação para grandes empresas de créditos junto à Caixa, o que pode indicar a prática dos crimes de corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro.
Diante destes indícios, os policiais passaram então a investigar o caso, que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de se tratar de investigação contra pessoas detentoras de prerrogativa de foro por função.
Porém, em virtude dos afastamentos dos investigados dos cargos e funções públicas que exerciam, o STF decidiu declinar da competência e encaminhar o inquérito à Justiça Federal do DF.
Operação Cui Bono
O nome da operação é uma referência a uma expressão latina que, traduzida, significa literalmente, “a quem beneficia?” A frase, atribuída ao cônsul Romano Lúcio Cássio Ravila, é muito empregada por investigadores com o sentido de sugerir que a descoberta de um possível interesse ou beneficiado por um delito pode servir para descobrir o responsável maior pelo crime.
Cunha foi cassado em setembro do ano passado, acusado de omitir ter milhões de dólares no exterior para esconder a prática de crimes como evasão de divisas e recebimento de valores indevidos. Um mês depois foi preso por determinação do juiz Sérgio Moro, no âmbito da Lava Jato, suspeito de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. O ex-parlamentar continua preso.
Já o ex-ministro Geddel Vieira, além de ter seu nome ligado em várias denúncias da Lava Jato, foi obrigado a pedir demissão do governo Temer, após ser acusado de pressionar o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, para autorizar que o Iphan da Bahia liberasse a construção de um prédio em que tinha adquirido um apartamento na área tombada de Salvador.
Fonte: Metrópoles
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