Economia
Pix: de desafio a vantagem para Lula em meio ano

O Pix, que inicialmente gerou preocupações para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de avaliação, tornou-se em seis meses uma ferramenta valiosa para sua administração, sobretudo diante da investigação comercial dos Estados Unidos sobre esse sistema de pagamento.
No ambiente digital, o governo federal tem defendido com vigor o Pix, com o Palácio do Planalto afirmando que “o Pix é nosso, my friend” e ressaltando que o sistema tem gerado inveja internacional. Lula também manifestou que não permitirá ataques a este “patrimônio do nosso povo”. Enquanto isso, grupos alinhados ao partido fortalecem a defesa da ferramenta nas redes sociais.
No início do ano, um equívoco relacionado à Receita Federal acerca do Pix causou controvérsia, com alegações infundadas de que haveria uma cobrança sobre o sistema. Um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) amplificou essa discussão, colocando o presidente sob pressão. Em resposta, o governo iniciou uma campanha destacando as qualidades do Pix.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) planeja intensificar essa estratégia para reafirmar o Pix como um símbolo da soberania nacional, principalmente diante das ameaças comerciais dos Estados Unidos, envolvendo tarifas e sanções.
Recentes mapeamentos apontam articulações digitais entre apoiadores do governo com foco na defesa do Pix. Uma coordenadora alerta para a importância da missão: “Estamos atentos às tentativas de pressão americana contra o Brasil, e o Pix é o alvo principal!”. A mobilização inclui publicações oficiais ressaltando a busca por negociações com os EUA, mas negando qualquer alteração no Pix: “Continuaremos a lutar para manter o Pix gratuito, seguro e acessível para o povo brasileiro.”
O chamado Clube de Influência do Lula tem impulsionado uma comunicação estruturada nas redes sociais, com a campanha intitulada “Defenda o Pix, defenda o Brasil”. Nos primeiros dias após a investigação comercial anunciada em julho, as hashtags relacionadas ao Pix foram amplamente usadas no X, concentrando grande volume de postagens em perfis que mostram um padrão automatizado.
O Pix conta com alta aprovação popular, conforme pesquisa Radar Febraban de 2023 realizada pelo Ipespe, sendo preferido em relação a outros meios de pagamento como cartões e transferências tradicionais.
Para o cientista político Josué Medeiros, da UFRJ, a oposição dos EUA fortaleceu a posição de Lula para valorizar símbolos nacionais, incluindo o Pix. Medeiros destaca o apelo do Pix como um sistema seguro e eficiente para a economia popular brasileira.
Dados recentes do Google indicam uma mudança significativa nos hábitos financeiros dos brasileiros: em 2019, 43% utilizavam dinheiro físico, percentual que caiu para 6% em 2023. Desde sua implementação em 2020, o Pix já foi usado por 93% dos adultos, sendo o método mais frequente para 62% deles. Entre os usuários estão inúmeros empreendedores, público vital para o governo.

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