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Planalto fortalece defesa da soberania após melhora na popularidade de Lula
Após a pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira (16), que mostrou uma recuperação na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo está intensificando seu discurso crítico ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, especialmente em resposta às tarifas impostas ao Brasil, enfatizando a importância da soberania nacional.
Depois de um período de queda na avaliação do governo, os índices indicam uma reação positiva: a aprovação passou de 40% para 43%, enquanto a desaprovação caiu de 57% para 53%, comparando com o levantamento de 4 de junho.
Nos bastidores, auxiliares de Lula atribuem essa mudança a duas ações recentes que fortaleceram o apoio à base governista — a campanha pela taxação de altos rendimentos e a resposta às tarifas americanas.
Ministros e articuladores avaliam que uma postura mais firme nesses assuntos ajudou a reverter o cenário nas pesquisas.
— O governo tem defendido um projeto focado em justiça tributária e melhor distribuição de renda, além de proteger a soberania nacional diante dos desafios tarifários, sempre com equilíbrio e diálogo. Estes pontos são relevantes e refletem os interesses da maioria da população brasileira. Essas iniciativas foram fundamentais para a melhora nos índices — declarou o ministro dos Transportes, Renan Filho.
Essa linha de atuação mais assertiva tem ganhado apoio, inclusive entre ministros de perfil moderado. O titular do Esporte, André Fufuca, disse que “a virada começou”.
Para o advogado-geral da União, Jorge Messias, os dados demonstram confiança na condução do presidente diante das crises recentes.
— A trajetória de Lula mostra que o povo brasileiro vê nele um líder experiente, capaz de guiar o país em tempos desafiadores — afirmou.
Considerações
No entanto, a melhora é recebida com cautela entre membros do núcleo político do Planalto. Há preocupação com os possíveis efeitos negativos das tarifas americanas, caso elas sejam efetivamente aplicadas.
Embora 72% dos entrevistados considerem a decisão do governo dos EUA equivocada, o temor é relacionado ao impacto econômico que poderá ser causado.
Alguns parlamentares aliados também avaliam que um discurso muito duro pode afastar eleitores centristas, o que poderia prejudicar Lula em 2026.
Foi criado recentemente um comitê interministerial para tratar do assunto das tarifas, envolvendo ministros da área econômica e representantes do Itamaraty, com o objetivo de manter o diálogo com o setor privado e parceiros internacionais a fim de evitar a aplicação do novo pacote tarifário.
Fora do governo, opositores minimizam a recuperação da popularidade.
— O resultado da pesquisa é positivo, mas será difícil manter — avaliou o presidente do PP, senador Ciro Nogueira.
Por sua vez, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, destacou que os números refletem mais do que estatísticas.
— Vai além dos dados, é a esperança renovada e a percepção do povo de que há um governo atuante ao seu lado.

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