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Plano de emergência de Nova York prevê enterros temporários em parques
O vereador democrata Mark Levine afirmou que, caso o número de mortes por coronavírus cair, a medida não precisará ser adotada
O vereador democrata de Nova York, Mark Levine, anunciou nesta segunda-feira (6) que um plano de emergência prevê enterrar temporariamente os mortos pelo coronavírus em parques da cidade, já que os necrotérios e cemitérios não são suficientes. Nova York registra 2.475 mortos pela COVID-19.
“Em breve começaremos os ‘enterros temporários’. Provavelmente serão feitos usando um parque de Nova York para os enterros (sim, você leu certo)”, tuitou o vereador, que preside a comissão de saúde da cidade.
“Serão cavadas trincheiras para 10 caixões em fileiras. Será feito de maneira digna, ordenada e temporária. Mas será difícil de engolir para os nova-iorquinos”, acrescentou.
Quando suas declarações se espalharam como rastilho de pólvora pela imprensa e pelas mídias sociais, Levine disse que essa “é uma contingência para a qual a cidade de Nova York está se preparando, mas se a taxa de mortalidade cair o suficiente, não será necessário”.
O prefeito Bill de Blasio foi questionado sobre o assunto durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira.
“Podemos ter que enfrentar enterros temporários”, reafirmou o prefeito. “Teremos a capacidade de fazer enterros temporários, isso é tudo o que vou dizer. Não vou entrar em detalhes. Não creio que seja bom falar sobre isso”, acrescentou.
O vereador Levine afirmou que, antes da crise, a cidade tinha em média 20 a 25 mortes por dia, e que agora o número aumentou para 200 a 215.
“Um necrotério típico de um hospital pode guardar cerca de 15 corpos. Eles estão cheios agora. O consultório do médico forense enviou 80 caminhões refrigerados aos hospitais da cidade. Cada um pode guardar 100 corpos. Estes estão quase cheios também. Alguns hospitais tiveram que adicionar um segundo ou terceiro trailer”, tuitou.
Para Levine, o enterro temporário nos parques “tem como meta evitar cenários como os da Itália, onde o exército teve que coletar os cadáveres das igrejas e até das ruas”.
Encarregados de empresas funerárias consultados pela AFP confirmaram estar sobrecarregados.
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