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Plano do governo muda após derrota na CPI do INSS

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A perda na instalação da CPI do INSS gerou preocupação no governo, que rapidamente traçou um plano para controlar a comissão e evitar que se torne palco para ataques da oposição, aumentando os problemas para a administração atual. O Palácio do Planalto organizou um grupo estratégico para atuar na comissão e pretende focar numa linha do tempo que associe as fraudes ao governo anterior de Jair Bolsonaro, e não à gestão do presidente Lula. Além disso, o governo vai monitorar os pedidos da comissão para evitar convocações que possam expor familiares do presidente.

Após perder a presidência e a relatoria da CPI, resultado de uma surpreendente reviravolta que gerou críticas dentro da base governista, o Planalto revisou sua estratégia. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) foi designado para coordenar os parlamentares pró-governo e tem mantido diálogo constante com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ele foi também convocado para uma reunião no Palácio da Alvorada com Lula.

Um aspecto determinante será a seleção das convocações para a comissão. O governo afirma contar com 16 ou 17 dos 32 membros, o que é apenas uma maioria estreita e pode resultar em novas derrotas.

O governo adotará medidas para evitar a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula, que tem ligação com o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), citado em relatório da Controladoria-Geral da União por possíveis fraudes. Frei Chico não está sob investigação, e o sindicato afirma não haver irregularidades.

— A oposição deseja convocar Frei Chico apenas para causar polêmica e prejudicar Lula — ressalta o deputado federal Rogério Côrrea (PT-MG), suplente da comissão.

Tropa de choque

A equipe do Palácio do Planalto está atenta diante das tentativas da oposição. Na eleição dos cargos da comissão, os opositores de Lula obtiveram a presidência e a relatoria da CPI, cargos mais influentes. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) derrotou o favorito Omar Aziz (PSD-AM), que tinha apoio do presidente e do Senado. A relatoria ficou com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), uma derrota para o presidente da Câmara, que defendia outro nome. Agora, o governo tenta garantir ao menos a vice-presidência.

Para sustentar a defesa do governo, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, é cotado para apresentar as ações do governo frente às fraudes: suspensão dos pagamentos irregulares, ajustes no sistema do INSS para evitar novas irregularidades, e a restituição de cerca de R$ 1 bilhão para pretensos beneficiários que sofreram descontos indevidos.

Por outro lado, a base planeja convocar ex-integrantes do governo Bolsonaro, como José Carlos Oliveira, ex-presidente do INSS, Onyx Lorenzoni, ex-ministro do Trabalho e Previdência, e o senador Rogério Marinho (PL-RN), que atuou na Secretaria de Previdência. Petistas já solicitaram também o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que ele foi alertado sobre as fraudes na transição do governo.

Paulo Pimenta, coordenador da frente governista, ressalta que a investigação deve respeitar a ordem cronológica dos fatos para evidenciar quando o esquema se intensificou e como foi tratado nas gestões seguintes, destacando o fim do esquema na administração atual.

Além disso, pode haver substituições de alguns suplentes por parlamentares mais comprometidos com o governo para garantir presença nas sessões. A falta de articulação do Planalto foi criticada internamente, e líderes da base avaliam que o governo permitiu que a oposição conduzisse a criação da comissão sem resistência.

Reação à derrota

Após o revés, a ministra Gleisi Hoffmann convocou uma reunião com líderes da base no Palácio do Planalto, ocasião em que reconheceu falhas na articulação e pediu união para conter a oposição. O reforço da maioria na comissão é visto como essencial para controlar os trabalhos e evitar que a administração seja desgastada. Após o encontro, líderes apontaram para a necessidade de maior organização do governo.

O senador Izalci Lucas (PL-DF), titular da CPI e da oposição, já registrou mais de 320 requerimentos para informações, expressando a busca pela verdade, apesar das tensões políticas entre as alas.

Táticas para atuação no colegiado

  • Linha do tempo: O grupo governista pretende mostrar que as fraudes ocorreram na gestão anterior, não na atual, com justificativa para ouvir o ex-presidente da República.
  • Requerimentos: O governo monitorará os pedidos para evitar expor familiares do presidente, como Frei Chico, que não está investigado.
  • Ações do governo: O ministro da Previdência pode destacar a resposta rápida do governo, como interrupção dos pagamentos ilegítimos, alterações no sistema do INSS para evitar reincidências, e ressarcimento financeiro a beneficiários afetados.
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