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PM acha carro de pai que foi morto à espera de filhos em escola no DF
Automóvel foi abandonado intacto na quadra 4 do Setor de Oficinas Sul. Dois tiros acertaram vítima, que pegou veículo na concessionária pela manhã.
A Polícia Militar localizou o carro do pai que foi morto a tiros enquanto esperava os filhos em frente a uma escola no Guará, no Distrito Federal, nesta terça-feira (2). O veículo, que foi levado pelo autor dos disparos, estava na quadra 4 do Setor de Oficinas Sul, segundo a corporação.
O delegado Rodrigo Larizzatti afirma que uma testemunha relatou em depoimento que o suspeito usava camiseta de colégio e atirou após abordar a vítima, que estava dentro do carro.
“A história da testemunha ocular se encaixa perfeitamente com o que vimos nas imagens”, disse o delegado. “Ela estava a de 15 metros do fato.” A polícia aguarda o depoimento de outra testemunha.
“O suspeito estaria usando camiseta de colégio e levava mochila. Não conseguimos saber qual é a escola. Mas tudo leva a crer que pode se tratar de aluno da rede pública”, disse o delegado. A perícia apontou que foram disparados quatro tiros. Dois deles atingiram a vítima no ombro – um deles, de raspão.
Os Vídeos mostram o momento em que o criminoso caminha em direção ao pai que foi assassinado em frente a um colégio do Guará II enquanto esperava os dois filhos saírem da aula. Em uma das gravações, a vítima aparece cambaleando antes de cair no chão e o ladrão levar o carro dele.
O crime ocorreu pouco antes das 12h. Servidor do Senado, o homem de 51 anos aguardava os filhos, de 12 e 15 anos, saírem da escola quando foi abordado. A vítima estava com o carro estacionado sob uma árvore em frente à escola. Ele havia acabado de comprar o veículo – o automóvel foi retirado nesta manhã da concessionária.
Pouco depois do crime, policiais sobrevoavam a região de helicóptero tentando localizar o carro da vítima. O colégio fica a menos de 100 metros da Direção Regional de Ensino do Guará e bem próxima a um centro de educação infantil.
O primeiro vídeo mostra o suspeito do crime caminhando em direção ao carro da vítima. As imagens não mostram a abordagem. Uma câmera do próprio colégio, que registrou a ação por um ângulo diferente, mostra o pai cambaleando antes de cair. Uma mulher que estava em outro carro próximo ao local do crime deixa o veículo e corre.
De acordo com a PM, o assaltante pediu a chave do carro ao abordar a vítima. O homem teria reagido e acabou baleado. O corpo foi retirado do local mais de duas horas depois do crime, quando a polícia terminou o trabalho de perícia. Nenhum dos peritos falou com a imprensa.
A área onde o crime ocorreu, na QE 38, é uma das duas que são consideradas “complicadas” pelo delegado. A outra fica na QE 40.
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, o Guará não registrou nenhum latrocínio no ano passado. Em todo o DF, foram 44 em 2015 contra 47 em 2014.
Em entrevista, o governador Rodrigo Rollemberg disse que o caso é uma “tragédia”. “Neste momento, o comandante Nunes [chefe da PM] está vendo o que podemos fazer para reforçar o policiamento nas escolas”, afirmou.
Crime
A escola em que os filhos da vítima estudam tem 1,6 mil alunos. O diretor, Ademar Tramontin, diz que a família era participativa e que os dois filhos do homem assassinado, de 15 e 12 anos, não chegaram a ver o corpo do pai. “Assim que ficamos sabendo, mantivemos eles dentro da escola até a família chegar”, diz.
As aulas da tarde foram mantidas na unidade porque muitos alunos já tinham chegado de van escolar ou levados por pais a caminho do trabalho, diz o diretor. O colégio tem vertente católica e fez uma oração antes de recomeçar as aulas. Nesta quarta-feira (3), os estudantes não vão ter aula.
O diretor diz ter enviado uma série de pedidos ao GDF, à administração regional e ao Batalhão da PM, que fica a menos de 1 km do colégio, para reforçar o policiamento.
“Nós fizemos muitos pedidos para a polícia estar aqui, pelo menos passar aqui. Mas, infelizmente, a polícia diz que não tem efetivo suficiente para monitorar as escolas particulares”, afirmou.
Uma empresária que trabalha a menos de cem metros do local afirma que um crime semelhante foi registrado há poucas semanas. “Assaltaram a dona da autoescola aqui ao lado não tem três semanas. Também à luz do dia, meio-dia, aqui em frente, com arma.”
No local, pais de alunos reclamavam da insegurança. “Tem uns grupinhos de ‘malas’ que ficam aqui rodeando, observando os meninos com celular o dia inteiro. A gente já avisou, já reclamou, mas não adianta. Precisa morrer gente, parece. Eu estaciono sempre embaixo da mesma árvore, você imagina”, diz um pai que não quis se identificar.
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