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PM do DF indicia militares que usaram arma de fogo em ato na Esplanada
Policiais foram indiciados por lesão corporal; Auditoria Militar do TJDF irá julgar caso. PMs foram afastados das ruas e desempenham atividades
A Polícia Militar do Distrito Federal concluiu o inquérito sobre a conduta de policiais flagrados, em vídeo, disparando armas de fogo durante ato na Esplanada dos Ministérios em 24 de maio deste ano. Passados dois meses desde que a investigação foi instaurada, a PM indiciou três militares por lesão corporal.
Apesar do indiciamento, a corporação informou que os policiais foram afastados das atividades operacionais, mas continuam empregados no serviço administrativo. O processo foi encaminhado à Auditoria Militar, vara do Tribunal de Justiça do DF, que julga crimes cometidos por militares.
Em nota, a PM disse que algumas perguntas ainda não foram respondidas pela investigação. Segundo a corporação, o manifestante que levou um tiro ainda está com a bala alojada no rosto e, por isso, a perícia não pode ser feita.
“Não foi possível saber se este projétil partiu na arma de um policial militar, pois foi constatado que outras pessoas armadas participaram da manifestação.”
Manifestante voltou para MG
Carlos Geovani Cirilo, de 61 ano, veio de Minas Gerais para participar da manifestação em Brasília. Ele foi baleado durante o protesto e internado na UTI do Hospital de Base. Em 8 de junho, o servidor aposentado conseguiu transferência para Belo Horizonte.
Nesta segunda-feira (24), o presidente da Associação Sindical dos Trabalhadores de Minas Gerais (Asthemg), Carlos Augusto Martins, afirmou que Cirilo já está em casa. Martins confirmou que bala continua alojada no rosto do aposentado.
“Ele tem dificuldades para deglutir, só come coisa pastosa e ainda sente dor no local. Apesar disso, o estado de saúde dele não é mais grave.”
Três PMs envolvidos
Imagens divulgadas pelo jornal O Globo após a manifestação mostram dois policiais militares sacando as pistolas e atirando contra as pessoas. A PM afirmou nesta segunda-feira que, na verdade, três militares usaram armas de fogo durante o ato contra o governo Temer e as reformas Trabalhista e da Previdência na Esplanada.
Em entrevista coletiva na noite do protesto, o comandante-geral da PM, coronel Marco Antônio Nunes, classificou a situação como “não recomendada”.
Um dia após a reunião, o secretário de Segurança Pública, Edval Novaes, foi mais enfático e afirmou que a conduta era “inadmissível”. Apesar disso, segundo ele, o afastamento dos PMs não seria automático, e dependeria de uma decisão assinada pelo Comando-Geral da corporação.
O protesto contra do dia 24 de maio terminou com nove pessoas detidas por crimes de “menor potencial ofensivo” – desacato, porte de drogas, resistência, danos ao patrimônio, porte de arma branca e pichação. Todos assinaram termo circunstanciado e foram liberados.
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