Notícias Recentes
PM recusa segurança para ato contra feminicídio e menciona protesto por anistia
A Polícia Militar comunicou que não poderá oferecer segurança para a manifestação organizada pelo Movimento Nacional Mulheres Vivas, programada para o próximo domingo (7/12) na Avenida Paulista. O ato tem como objetivo denunciar os recentes casos de feminicídio que têm ganhado destaque nacional. Segundo a corporação, o pedido foi feito fora do prazo mínimo estabelecido pelo decreto estadual.
Em correspondência enviada à deputada federal Sâmia Bonfim (PSol), a PM esclareceu que eventos com público previsto acima de 300 pessoas necessitam ser comunicados com pelo menos cinco dias de antecedência.
Além do atraso na comunicação, a PM informou que não poderá realizar o acompanhamento do protesto porque um outro evento com objetivo contrário já havia sido previamente registrado para o mesmo local e data — um ato bolsonarista convocado para a Avenida Paulista.
“Informamos que, na data mencionada, já há comunicação prévia referente à realização de manifestação de caráter antagônico ao proposto por Vossa Excelência. Há preocupação permanente com a mitigação de riscos e com a garantia da ordem pública”, destacou o documento.
De acordo com a deputada Sâmia, a organização da manifestação manterá uma reunião às 9h com o chefe da Seção Operacional do 11º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano, responsável pela área da Paulista, para buscar um acordo.
“A coordenação decidiu seguir com o ato porque a mobilização já foi organizada. Além disso, a lei proíbe atos antagônicos, mas o que faremos não é contrário a nenhum movimento”, afirmou Sâmia Bonfim.
O vice-prefeito de São Paulo, Coronel Mello Araújo (PL), é um dos organizadores do evento em favor da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas redes sociais, ele convidou apoiadores para o protesto do próximo domingo (7/12), dizendo: “Movimento pela anistia e liberdade, vamos mudar essa história. A pressão popular pode transformar essa realidade difícil que estamos enfrentando”.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) foi contatada, mas não respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço permanece disponível.
Manifestação nacional contra feminicídio
Em resposta ao aumento dos casos de feminicídio, o Movimento Nacional Mulheres Vivas está convocando um protesto para domingo em São Paulo e em várias outras cidades do país.
“Devido à urgência do tema, à mobilização nacional que ocorre na mesma data e ao suporte logístico conquistado, informamos que o ato acontecerá no domingo, 7 de dezembro, às 14h, com concentração a partir das 12h no Vão do MASP, em São Paulo”, explicou a organização.
Luciana Trindade, consultora especializada em direitos das mulheres com deficiência e uma das coordenadoras da manifestação, ressalta a importância da ação:
- “O propósito é unir o país em uma denúncia coletiva da violência contra as mulheres, dar voz às vítimas, exigir providências do Estado e demonstrar que retrocessos não serão aceitos. Trata-se de uma ação coordenada nacionalmente, com foco no enfrentamento da violência e na demanda por políticas públicas eficazes.”
São Paulo registra aumento recorde de feminicídios em 2025
A cidade de São Paulo alcançou o maior número de feminicídios registrados em 2025: foram 53 casos entre janeiro e outubro. Mesmo sem contabilizar os meses de novembro e dezembro, este é o maior índice desde o início da série histórica em 2015.
No estado de São Paulo, o total foi de 207 casos no mesmo período. Além da capital, ocorreram 101 registros no interior e 40 na região metropolitana, resultando em um aumento de 8% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 191 casos.
Esses dados são fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública com base nos boletins de ocorrência que indicam feminicídio como agravante.


Você precisa estar logado para postar um comentário Login