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PMs admitem que mataram vigia ‘por engano’ na zona leste de SP

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Dois policiais militares que registraram o homicídio do vigia Alex de Morais, de 39 anos, como atropelamento confessaram em depoimento à Polícia Civil que atiraram contra o rapaz por engano, durante perseguição a dois suspeitos que estavam de moto no dia 11, na região de Sapopemba, zona leste da capital.

Os depoimentos dos soldados Paulo Henrique Rezende da Silva e José Rogério de Sousa foram prestados na tarde desta segunda-feira, 26, no 70.º Distrito Policial (Vila Ema).

Segundo as investigações, além das confissões, há imagens de câmeras de segurança que desmentem a primeira versão de que Morais havia sido atropelado, depoimentos de testemunhas que presenciaram um dos policiais atirar na direção do vigia e uma pistola calibre 380 apreendida na casa de um dos suspeitos. A arma é compatível com o projétil encontrado na nuca do vigia.

No depoimento desta segunda, Silva disse que perseguiam dois suspeitos que estavam em uma moto. Durante a perseguição, o parceiro dele, o soldado Sousa, acabou disparando a arma sem querer e o tiro acertou Morais. Sousa confirmou a versão do colega em depoimento. Os dois não deram mais detalhes sobre o crime.

Farsa

Era madrugada quando Morais desceu do ônibus e voltava para casa, depois de trabalhar como vigia de uma casa noturna na região central. As imagens das câmeras mostram que dois rapazes em uma moto passam em alta velocidade. Em seguida, o vigia cai no chão baleado. Os PMs aparecem depois, descendo da viatura, que quebrou em uma lombada.

Segundo o delegado Luiz Marturano, a partir daí os dois policiais montaram uma farsa. A ideia era fazer bombeiros e médicos pensarem que houve um atropelamento. “Eles induziram todos a erro”, afirmou.

A farsa só foi descoberta no Instituto Médico-Legal (IML), quando um legista encontrou o projétil na nuca. “O caso passou a ser investigado como homicídio tendo os dois PMs como principais suspeitos”, diz Marturano.

A Corregedoria da PM também passou a apurar o caso e pediu a prisão temporária, decretada pela Justiça Militar. A investigação será anexada ao inquérito da Polícia Civil. Segundo o delegado Marturano, os dois PMs serão indiciados por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e fraude processual.

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