PMs plantaram arma após matar mecânico negro a tiros, diz esposa

Alex dos Santos Silva, de 29 anos, não estava armado nem portava drogas quando foi morto por policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) no domingo, 24 de agosto, no Grajaú, zona sul de São Paulo, conforme relato de sua esposa, Eliana Barbara da Silva Souza, 26 anos. Ela afirma que os agentes mentiram no boletim de ocorrência sobre a situação.

Alex era mecânico e estava saindo do local de trabalho quando foi baleado, porém sua profissão não aparece no registro policial. O boletim foi feito por um policial que não participou da ação, mas trabalha no mesmo batalhão dos agentes que dispararam os tiros contra Alex.

No documento, os policiais aparecem como autores e vítimas, e nenhum deles usava câmeras corporais na hora do ocorrido.

Versão oficial

De acordo com os registros, os policiais que estavam em patrulhamento viram o veículo de Alex trafegando com atitude suspeita. Eles ordenaram a parada e informaram que Alex teria apontado um revólver para os agentes, que reagiram com disparos para se defender.

Os policiais alegam que encontraram no carro um revólver calibre .38 sem numeração e uma mochila com uma substância aparentemente maconha, embora não tenham detalhes sobre a quantidade ou a forma da droga.

Versão da esposa

Eliana nega as acusações: “Eles afirmam que ele estava com arma e drogas, mas isso não é verdade. A polícia plantou essa arma.” Ela ainda questiona a narrativa de que Alex teria tentado trocar tiros com a Rota sozinho, considerando a versão absurda.

Para Eliana, o registro policial tenta desviar a responsabilidade dos agentes e culpar Alex. Ela promete lutar para provar a inocência do marido.

Impacto na família

A perda de Alex causou muita dor, especialmente para sua mãe, que está profundamente abalada. O casal deixa um filho de 4 anos, que sofre muito com a ausência do pai. Segundo Eliana, o vínculo entre pai e filho era muito forte e eles eram inseparáveis.