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Poços de escolas rurais de Ceilândia, no DF, têm água contaminada

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Coordenação de Ensino da região diz que solicitou água encanada à Caesb. Caminhões-pipa abastecem três unidades, que atendem 550 crianças.

Escola Classe Lajes da Jiboia, na zona rural de Ceilândia, no Distrito Federal (Foto: Gyselly Morcio/Arquivo Pessoal)

Escola Classe Lajes da Jiboia, na zona rural de Ceilândia, no Distrito Federal (Foto: Gyselly Morcio/Arquivo Pessoal)

Escolas rurais de Ceilândia, no Distrito Federal, estão sendo abastecidas por caminhões-pipa da Caesb por causa da contaminação da água na região. As três escolas de ensino fundamental – Boa Esperança, Lajes da Jiboia e Jiboia – têm poços artesianos que retiram a água do lençol freático. De acordo com os diretores dos centros de ensino, a Vigilância Sanitária proibiu o uso da água por conter coliformes fecais e outras bactérias nocivas à saúde, como a Escherichia coli.

Juntos, os três centros de ensino atendem 550 alunos. Segundo a diretora da Escola Classe Lajes da Jiboia, Giselly Mórcio, alunos e funcionários já passaram mal após consumir a água.

“Crianças já apareceram com diarreia e não dava para saber o motivo, o que causava. Não dá para perceber. A gente só ficou sabendo depois do laudo da Vigilância”, diz. A diretora afirma que o órgão realiza análise da água todo mês. “Em junho do ano passado, foram encontradas essas bactérias. O problema maior é que a água contaminada pode causar septicemia, infecções diversas, hepatite.”

O vice-diretor da Escola Boa Esperança, Jordânio Vital, afirma que os caminhões-pipa têm de ir todos os dias abastecer a escola e que ainda assim funcionários e alunos devem racionar o uso da água.

“Nós usamos a água do poço para dar descarga e limpar o pátio só. Quando o caminhão-pipa não vem, porque quebra ou algo assim, nós temos que racionar ainda mais o uso e às vezes liberamos mais cedo as crianças porque não tem jeito”, diz.

“Quando o caminhão-pipa não pode vir, eu compro garrafões de água para as crianças. Como a escola é em zona rural, não tem como eu devolver os meninos”, diz Giselly. Segundo a diretora, as escolas se reuniram com a Regional de Ensino de Ceilândia há mais de um ano para solicitar a manutenção dos poços. “A resposta sempre foi muito vaga. Dizem que vão levar os pedidos para a sede [da Secretaria de Educação] e nada acontece”.

Abastecimento
A Caesb informou em nota que os poços das três escolas são de responsabilidade da Secretaria de Educação. “Temos 11 escolas rurais e 22 núcleos rurais com escolas abastecidos por poços artesianos, onde a qualidade da água é garantida pela companhia. Há algumas escolas rurais que tem o abastecimento sob responsabilidade da própria Secretaria de Educação”, diz a empresa. “Os poços estão com problemas e a secretaria solicitou à Caesb que fizesse o abastecimento emergencial, o que está sendo feito por meio caminhão-pipa”.

O problema maior é que a água contaminada pode causar septicemia, infecções diversas, hepatite”
Giselly Mórcio

O coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia, Marcos Sousa, disse que o fornecimento de água encanada nas áreas rurais já foi pedido à companhia pela Administração de Ceilândia. “Assim que dectamos a contaminação, encaminhamos um caminhão-pipa por escola com até 8 mil litros de água. Pedimos água encanada para a Caesb e ela está analisando como isso pode ser feito porque precisa de orçamento.”

Sousa afirma que pediu a contratação de uma companhia privada para descontaminar a água enquanto a Caesb não faz o encanamento. “Queremos contratar uma empresa para fazer a descontaminação e periodicamente manter os poços. Estão vendo a viabilidade técnica e econômica”. O coordenador diz que somente as três escolas estão com problemas de contaminação na água.

A empresa que prestava o serviço de manutenção dos poços desde 2010 informou que o contrato venceu em março deste ano e que só fazia a manutenção quando recebia ordens da secretaria.

Falta de água
Em setembro do ano passado, a Escola Classe Laje da Jiboia teve de suspender as aulas por dois dias por falta de água. Na época, a diretora afirmou que o abastecimento, que já era feito por meio do caminhão-pipa, era insuficiente. A Regional de Ensino de Ceilândia afirmou  que estudava fazer a instalação de um novo filtro na escola.

“Ano passado pedimos para que os poços fossem tratados pela Caesb. É um tratamento que pode ser feito mensalmente. Agora ficamos indefinidamente dependentes do caminhão-pipa. É um descaso com o dinheiro público e descaso com a saúde”, disse Giselly.

“Se fizessem a manutenção dos poços mensalmente, o GDF gastaria menos do que mandando caminhão-pipa todo dia”, afirma Vital.

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