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Polícia Civil do DF está sem sistema de identificação de digitais
Segundo o sindicato dos policiais, até 1.200 criminosos podem não ter sido identificados nos últimos 40 dias. PCDF diz que está sendo feita a transição do sistema e que problema estará resolvido até o dia 30
A contratação de uma nova empresa para realizar as buscas de impressão digital provocou um verdadeiro apagão nas investigações da Polícia Civil do Distrito Federal. A companhia contratada, a Griaule Biometrics — a mesma que fornece o sistema de biometria ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) —, ainda não se mostrou capaz de realizar o serviço, que está paralisado.
Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), o serviço passou a apresentar problemas em 14 de julho. Pelos cálculos da entidade, a identificação de até 1.200 criminosos pode não ter sido feita desde então. “É um atraso de duas décadas em 40 dias. E a população é quem tem sentido os prejuízos”, afirma o presidente da entidade, Rodrigo Franco. Em nota, a Polícia Civil afirma que está sendo feita uma transição do sistema e que tudo estará resolvido até o dia 30.
Conhecido por Afis — sigla em inglês para Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais —, o sistema é responsável, sobretudo, pelo trabalho de confronto de impressões coletadas em locais de crime com o objetivo de identificar os autores. Quando os agentes colhem uma digital, ela é inserida no Afis na tentativa de identificar as pessoas envolvidas no crime.
O novo contrato previa que a empresa implementasse um software próprio para a realização desse trabalho, mas, de acordo com o Sinpol-DF, o trabalho automatizado não tem sido executado por falta de funcionamento das máquinas. Nem mesmo um teste anterior ao contrato foi exigido da nova empresa, afirma o sindicato, que não entende o motivo da mudança de empresa que presta o serviço.
“Antes, tínhamos o mesmo sistema que outras polícias do mundo, como a Polícia Federal brasileira e o FBI. Agora, com a incapacidade técnica da empresa contratada em operar o sistema, os agentes teriam que checar, manualmente, cada uma das 40 milhões de impressões digitais cadastradas, até encontrar semelhanças que indiquem o autor de um crime. Impossível”, explica Franco.
O presidente do Sinpol acrescenta que as investigações criminais não são o único serviço prejudicado. “Se uma pessoa morre sem ser identificada por alguém conhecido, não há como identificá-la, correndo-se o risco de ela ser enterrada como indigente, por não conseguirmos contactar os familiares”, alerta. A falha pode afetar até mesmo a doação de órgãos, diz Franco, caso algum hospital receba o corpo de um doador que precise ser identificado pelo sistema.
O outro lado
Em nota, a Polícia Civil do DF afirma que está sendo feita uma transição entre o sistema antigo e o da nova empresa contratada, que tem melhor qualidade. A previsão para a conclusão da transição é dia 30.
“O sistema de perícia criminal foi perdendo sua capacidade de processamento gradativamente, à medida que estava sendo substituído pelo novo sistema. As pesquisas criminais foram interrompidas no último dia 18 (sexta-feira), em razão do esgotamento do sistema antigo. Mas essa dificuldade momentânea não impede que o trabalho de pesquisa de identificação criminal seja realizado por outros meios, até a instalação plena do novo sistema informatizado, prevista para o próximo dia 30”, afirma o comunicado.
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