A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou nesta quarta-feira (30) quatro pessoas por organização criminosa, fraude em concursos públicos e vestibulares e falsificação de documento público. O grupo é investigado na operação Panoptes que, de acordo com a polícia, fraudou concursos por pelo menos os últimos dez anos.
O indiciamento é um dos primeiros passos para responsabilizar as pessoas apontadas como culpadas de cometer um crime. Com base no inquérito enviado à Justiça, o juiz ou o júri pode decidir se aceita a denúncia e absolve ou condena os suspeitos.
Foram indiciados Hélio Ortiz, apontado como chefe do grupo, e preso pela terceira vez por fraude em concursos. Ele também foi indiciado por maus tratos a animais porque mantinha uma rinha de galos em casa. Outro indiciado é o filho dele, Bruno Ortiz, que é oficial de Justiça do Pará, afastado desde 2006 – mesmo longe do trabalho, ele recebe RS 1,3 mil de salário.
Rafael Rodrigues Matias que, segundo a polícia, é “braço direito” de Bruno é mais um indiciado. E Johann Gutemberg dos Santos, dono de uma faculdade em Taguatinga que, de acordo com a apuração, vendia diplomas falsos. Os quatro estão presos desde o início da última semana.
A suspeita é de que a quadrilha recebia dinheiro para “furar filas” nos concursos, mediante pagamento. Os valores, segundo a investigação, variavam de R$ 5 mil a R$ 10 mil de entrada antes da prova e mais 20 vezes o salário previsto no edital depois que o candidato tomasse posse.
O grupo pretendia fraudar o concurso da Câmara Legislativa, previsto para este ano, e tentou burlar o exame da Terracap, no ano passado, para cinco candidatos. Nenhuma das pessoas que pagou pela aprovação conseguiu ser aprovado no concurso, segundo o diretor financeiro do órgão Renato Brown.
“Apesar de terem existido tentativas, não lograram êxito. Então, até o momento acompanhamos com a Polícia Civil com preocupação, atenção e estamos procurando ajudar a polícia nessas investigações.”
Delegado responsável pelo caso, Adriano Valente disse que as apurações continuam nas bancas examinadoras e nos candidatos que compraram as vagas. “As investigações prosseguirão em outros núcleos, como o núcleo dos pilotos, que eram as pessoas que realizavam as provas para passar o gabarito para os candidatos que estavam fraudando.”
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