Notícias Recentes
Polícia do Rio Grande do Sul prende suspeitos do golpe do falso advogado em São Paulo

Em uma ação conjunta da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, três indivíduos foram detidos na zona leste de São Paulo na manhã desta terça-feira (15/7). Eles são suspeitos de fazer parte de uma quadrilha que aplica golpes se passando por advogados, conhecido como o golpe do falso advogado. O principal suspeito, um homem de 24 anos, foi identificado como o líder do grupo.
O delegado Eibert Moreira, diretor do Departamento de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCI), explicou que os criminosos abordavam vítimas alegando serem advogados de processos judiciais que resultariam em valores a receber, como indenizações. Após contato por WhatsApp ou telefone, eles informavam que os processos haviam sido julgados favoravelmente às vítimas e solicitavam pagamentos para custas processuais inexistentes, prometendo liberação dos valores.
Além disso, o delegado detalhou que os golpistas utilizavam um manual interno para orientar os integrantes sobre como enganar as vítimas, utilizando informações reais dos processos para incrementar a credibilidade da fraude. Por exemplo, eles simulavam a existência de impostos sobre os valores a serem recebidos e convenciam a vítima a pagar uma taxa para emitir certidões que supostamente as isentariam desses impostos. Após o pagamento, sempre surgiam novas cobranças fraudulentas.
Eibert Moreira salientou que o grupo obtinha dados processuais em fontes públicas e sistemas de tribunais, inclusive com o uso de senhas vazadas, facilitando o contato direto com as vítimas. Os pagamentos eram feitos principalmente por transferências bancárias, como Pix, e uma vez percebido o golpe pelas vítimas, os criminosos desapareciam.
A investigação apontou que cerca de R$ 1,5 milhão passaram pela conta do chefe da quadrilha somente neste ano, embora a movimentação financeira total do grupo seja maior e envolva contas de terceiros. A organização age em diversas regiões do país.
Operação Falso Patrono II
Na segunda fase da operação, foram executados 17 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Guarulhos e Ferraz de Vasconcelos. Dois dos três mandados de prisão foram cumpridos previamente, e a terceira prisão ocorreu durante esta ação, envolvendo a mãe do líder do grupo, que tinha mandado em aberto por crime similar. O apoio veio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil paulista.
As apurações começaram após denúncias da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul (OAB/RS) sobre a utilização indevida da identidade de advogados gaúchos para aplicar golpes. A OAB/RS mantém o combate a essa fraude como prioridade, intensificando ações preventivas, orientações e colaborando com os órgãos de segurança pública.
De acordo com a OAB/RS, foram promovidas campanhas de conscientização, alertas nas redes sociais, e firmados protocolos de cooperação com a polícia para acelerar a comunicação entre a advocacia, população e investigadores, garantindo mais eficiência nas investigações.
Recentemente, o presidente da OAB/RS, Leonardo Lamachia, reuniu-se com o chefe da Polícia Civil gaúcha, delegado Heraldo Chaves Guerreiro, reforçando o compromisso da instituição em fortalecer as ações contra esses crimes e acelerar as apurações.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login