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Polícia Militar condena policiais que mataram homem rendido sem justificativa

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O porta-voz da Polícia Militar (PM) do estado de São Paulo, coronel Emerson Massera, declarou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (11/7) que não havia motivo para os agentes dispararem contra a cabeça e matarem um homem já dominado durante uma operação na comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.

Segundo Massera, o homem não oferecia perigo no momento dos disparos. “Dois policiais efetuaram os disparos. Não havia qualquer razão para esse tipo de ação por parte da força policial”, afirmou o porta-voz.

Os dois agentes envolvidos foram presos em flagrante por essa conduta. Para Massera, a situação não pode ser atribuída a falta de treinamento.

Os outros policiais presentes na operação, que presenciaram os tiros, foram indiciados, mas não presos. As investigações buscarão esclarecer se eles forneceram depoimentos falsos para encobrir os crimes dos colegas.

“Não houve causa para prisão em flagrante desses policiais, porém eles também estão sendo investigados e isso deve ser esclarecido durante o inquérito policial militar”, comentou Massera. “São informações preliminares, um processo ainda em curso. Com investigação mais detalhada, diversos pontos poderão ser esclarecidos”, completou.

A operação que resultou na morte do homem gerou protestos na comunidade de Paraisópolis, onde manifestantes derrubaram carros, montaram barricadas e queimaram pneus e madeira nas ruas do bairro. Cerca de 300 agentes foram mobilizados para conter os protestos.

Durante o confronto, outro homem de 29 anos foi baleado e morto em troca de tiros com a PM. Um policial também foi ferido e socorrido. Sobre este segundo episódio, coronel Emerson Massera afirmou que “não houve abuso de força” por parte dos agentes.

A operação foi realizada para verificar denúncias sobre uma casa que funcionaria como depósito de armas na região, embora o endereço não tenha sido encontrado.

Massera ressaltou que não se trata de falta de treinamento dos policiais. “Não podemos atribuir o ocorrido a falta de preparo. Desde novembro do ano passado, tivemos incidentes semelhantes. Vejo que os policiais que cometeram erros sabiam que estavam errando. Por isso, a falta de treinamento não pode ser utilizada como justificativa. Alguns atos são intencionais”, declarou.

De acordo com a PM, durante o patrulhamento, agentes foram informados sobre suspeitos armados com fuzis na área e uma casa usada como depósito de armas. Ao chegarem ao local, os policiais observaram uma tentativa de fuga de quatro suspeitos, que entraram em uma residência. Um deles teria sacado uma arma contra os agentes, que responderam ao ataque.

O suspeito foi baleado e morreu no local, enquanto os outros três foram capturados na mesma casa. Foram apreendidas duas pistolas, um revólver, sete carregadores e dois prolongadores de pistola, além de drogas, dinheiro e celulares. Nenhum fuzil foi encontrado, contrariando a denúncia inicial.

Massera admitiu que a divulgação de imagens do ocorrido foi um equívoco e reforçou que o caso segue sob investigação.

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