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Policiais acusados de pedir propina para proteger o PCC
Murilo Muniz, Alan Fernandes Dias e Wander Tadeu de Araujo são três policiais civis sob investigação por supostamente solicitarem propina elevada para encerrar um inquérito policial, protegendo assim um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) de investigações.
Os agentes atuam na 4ª Delegacia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), vinculada ao Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil de São Paulo. Eles enfrentam acusações que incluem corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Murilo Muniz e Alan Fernandes Dias foram presos preventivamente na manhã de quarta-feira (10/12) durante a Operação Mata-Nota em São Paulo.
As investigações tiveram início após a prisão de um homem em flagrante em Alto Garças, Mato Grosso, transportando 345 kg de drogas ocultos em um caminhão frigorífico. A quebra de sigilo telemático do suspeito revelou um vídeo que documenta as atividades ilegais dos policiais, incluindo uma conversa em vídeo com o advogado Ademilson Alves de Brito, representante de Wagner Nascimento de Souza, conhecido como “Costurado” e apontado como membro do PCC e responsável pela área financeira da facção.
No diálogo, os policiais exigem o pagamento de R$ 1 milhão para cessar as investigações contra o suspeito. O advogado questiona se a questão está resolvida, e eles confirmam que somente um indivíduo seria formalmente indiciado.
Conforme o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o inquérito policial foi arquivado devido à falta de provas, seguindo o relatório final da Polícia Civil.
Costurado é alvo de medidas cautelares por envolvimento com organização criminosa especializada em tráfico e lavagem de dinheiro, responsável pela logística financeira do grupo, contudo seu paradeiro permanece desconhecido.
Os policiais teriam adquirido bens de alto valor pouco tempo após o pedido de propina. Murilo Muniz comprou um imóvel de mais de R$ 700 mil cinco dias após a gravação da chamada de vídeo, com uma parcela mensal incompatível com seu salário. Alan Fernandes Dias adquiriu um apartamento avaliado em R$ 215 mil cerca de cinco meses depois, possivelmente pago à vista, enquanto suspeitas indicam que a empresa registrada em nome de seu filho pode ser de sua responsabilidade. Wander Tadeu de Araujo comprou um apartamento de R$ 250 mil e uma motocicleta em meses próximos da gravação.
O juiz da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital determinou a prisão preventiva de Alan Fernandes Dias e Murilo Muniz, além do advogado Ademilson Alves de Brito. Foi autorizada busca e apreensão nos endereços dos investigados, incluindo apreensão de valores, bens materiais, veículos, armas e dispositivos eletrônicos, além do bloqueio de bens até o valor solicitado em propina.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) declarou que não tolera desvios de conduta e que todas as medidas administrativas serão tomadas, além das apurações criminais e disciplinares em andamento, colaborando plenamente com as autoridades para esclarecer os fatos.


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