Centro-Oeste
Policiais da PCDF agridem motorista e deixam filho dele sozinho na rua

Uma abordagem violenta feita por policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) causou indignação em pessoas que passavam pela 112 Norte na tarde de quarta-feira (9/7). Um homem foi fortemente contido e detido por um suposto acidente de trânsito. Os agentes o conduziram e deixaram seu filho, uma criança de 5 anos, sob a responsabilidade de estranhos na rua.
O incidente teria ocorrido porque o motorista, identificado como Diego Torres Machado de Campos, colidiu sem causar grandes danos contra uma viatura descaracterizada da DCA. Vídeos capturados por testemunhas mostram o homem sendo imobilizado.
Em um trecho das imagens, um policial de camiseta branca e óculos escuros apoia o joelho direito nas costas do motorista, que está no chão. Depois, o condutor é levado para uma viatura da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Mesmo sabendo que o motorista estava com o filho, os policiais o conduziram à carceragem da DCA e deixaram o garoto sob os cuidados de pessoas estranhas que, por sorte, agiram com solidariedade.
Uma mulher que filmou a situação fala com o menino: “Todos estão vendo e defendendo seu pai. Vai ficar tudo bem”. Enquanto isso, ele chora no colo de outra pessoa.
Uma testemunha do caso, que preferiu não se identificar, relatou que o jovem colidiu com uma viatura à paisana, que logo bloqueou seu carro, e os policiais, sem se identificar, o retiraram do veículo de forma agressiva, com socos e coronhadas. O homem repetia que estava com seu filho no carro.
A população se uniu para cuidar da criança, mas acabou sendo intimidada pelos policiais que apontaram armas para todos, e mais viaturas chegaram, criando um clima de pânico e medo.
Os policiais prenderam o condutor e abandonaram a criança sem responsável. Mulheres da região acolheram o menino até a mãe chegar.
Outra mulher que testemunhou toda a ação contou que ficou em choque horas depois. Ela afirmou que a abordagem foi muito violenta, comparando o tratamento a um criminoso perigoso, e que os policiais apontaram armas para ela quando perguntou sobre o ocorrido.
Segundo esta mulher, dois policiais estavam envolvidos: um agressivo que batia no motorista e outro que dava apoio, pressionando o rosto da vítima contra o asfalto. Ela relata que chegou a receber ordem de prisão, mas os policiais desistiram devido às testemunhas presentes.
A sirene muito alta utilizada pelos policiais dificultava que a criança fosse ouvida, o que aumentou o trauma.
A criança, chamada Tito, será provavelmente marcada para sempre por essa experiência traumática.
A mãe de Tito, a colunista Gabriella Furquim, de 34 anos, contou como ficou sabendo da prisão: “Recebi uma ligação do celular dele informando que Tito estava sozinho e assustado, pedindo ajuda e um endereço para que eu fosse rápido. Quando cheguei, um policial me abordou pedindo que prestasse depoimento, pois o pai do meu filho teria cometido um crime. Pedi para ver meu filho e encontrei Tito com estranhos que me disseram que o pai dele foi arrancado do carro, agredido, preso e que Tito havia sido deixado sozinho.”

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