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Policial civil ferido em troca de tiros com Rota está em estado grave

Fontes da polícia confirmaram ao Metrópoles que o policial civil Rafael Moura permanece em estado gravíssimo e será submetido a uma nova cirurgia no domingo (13/7).
“Ele teve o baço e o pâncreas danificados, além de uma bala alojada na coluna. Está estável, mas o sangramento está controlado. É um momento delicado e requer orações”, revelou uma fonte policial que preferiu não se identificar.
Rafael Moura está internado no Hospital das Clínicas, localizado na zona oeste de São Paulo, e necessita urgentemente de doações de sangue. O hospital lançou um chamado para doadores voluntários.
Na noite de sexta-feira (12/7), ele foi atingido por três disparos — um no braço e dois no abdômen — efetuados por um policial militar da Rota no Campo Limpo, zona sul paulistana. Um outro agente civil que o acompanhava foi atingido de raspão.
A Polícia Civil de São Paulo abriu uma investigação para apurar se o policial militar responsável pelos disparos agiu com excesso ou de maneira desproporcional. O sargento Marcus Augusto Costa Mendes declarou ter confundido os policiais civis com criminosos. Testemunhas alegam que ele começou a atirar assim que chegou ao local.
De acordo com o delegado Antonio Giovanni Neto, inicialmente o caso é tratado como legítima defesa putativa, quando alguém, por erro, acredita estar sob ameaça injusta e reage em legítima defesa. O delegado ressaltou que ainda não foi possível definir se houve excesso na ação do policial militar.
Segundo o delegado, as imagens de uma câmera corporal mostram o policial militar correndo pela rua e entrando em uma viela, onde avista um homem armado, dispara quatro tiros e recua logo em seguida. A gravação, porém, não foi liberada para o público.
Dinâmica do ocorrido
- Agentes da Polícia Civil realizavam diligências no Capão Redondo em veículo descaracterizado.
- Policiais da Rota acreditaram estar diante de criminosos e iniciaram abordagem com disparos de arma de fogo.
- Os agentes civis tentaram informar que se tratava de uma viatura da polícia, porém foram baleados.
- Rafael Moura foi atingido por três tiros e encaminhado ao hospital.
- O outro policial civil sofreu ferimentos leves e seu estado de saúde não foi divulgado.
Raquel Gallinati, delegada e diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, declarou que o incidente reflete um sistema que opera sem protocolos claros e sofre com falhas graves na coordenação da Polícia Militar.
Ela frisou que episódios como este evidenciam problemas estruturais crônicos, como a falta de integração entre as forças policiais e a desvalorização profissional.
Para a delegada, a conduta do policial militar está relacionada à carência de treinamento adequado. Raquel enfatizou que o PM responsável pelos disparos deve ser rigorosamente investigado e, se for confirmado seu envolvimento, punido conforme a lei. Ela também ressaltou que os responsáveis por cargos de liderança devem assumir a responsabilidade institucional que lhes cabe.
Finalizando, ela condenou qualquer tentativa de politizar o caso, afirmando que tal atitude desrespeita as famílias enlutadas, desonra os profissionais da segurança pública e trai aqueles que arriscam suas vidas diariamente pela sociedade.

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