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Por dia, 30 pedestres são vítimas de assalto no Distrito Federal

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Entre janeiro e junho de 2024, foram registrados 5.518 casos de assaltos a pedestres no Distrito Federal, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). Apesar de representar uma redução de 9,1% em comparação ao mesmo período de 2023, quando ocorreram 6.022 casos, a média ainda é de quase 30 incidentes diários nas ruas e calçadas da capital.

O celular continua sendo o bem mais visado, presente em 75% dos registros. Paloma, uma assistente de recursos humanos de 22 anos, teve seu telefone roubado logo após descer de um ônibus na Asa Sul, a caminho do trabalho. Dois homens agiram em conjunto.

Enquanto um deles se aproximava para pedir informações, o que levou Paloma a antecipar sua descida, o outro a empurrou com violência, exigindo que ela saísse do veículo. Após descer, os dois seguirem atrás dela.

“No instante em que pisei na calçada, eles exigiram meu celular, tudo ocorreu muito rápido. Sofri um prejuízo de 5 mil reais”, contou Paloma. Poucos dias depois, ela conseguiu localizar o aparelho em uma feira popular em Ceilândia. Apesar de registrar a ocorrência, a loja só poderia ser revista com ordenação judicial.

“Minha irmã simulou ser cliente e o vendedor exibiu exatamente meu celular, chegando até a desbloqueá-lo com a minha senha, o que demonstra que eles haviam me observado com atenção”, relatou.

Outros casos envolvem resistência e violência. Durante o Carnaval, Lucas, de 20 anos, foi atacado enquanto tentava impedir um roubo no Setor Comercial Sul. O episódio ocorreu no dia 4 de março, durante o bloco Leis de Gaga.

Ao se afastar do grupo para mostrar uma foto no celular, foi surpreendido por criminosos que levaram o aparelho e o agrediram. Ele lembra que o som alto da festa impediu que alguém ouvisse seu apelo por ajuda. Também admitiu não ter anotado o número IMEI do celular, informação importante para rastreamento.

“Aprendi, da maneira mais difícil, que em eventos é fundamental estar atento o tempo todo, mesmo em clima de festa”, disse Lucas.

Casos como esses foram capturados por câmeras de segurança em Ceilândia. Em maio, um homem roubou um carro e, minutos depois, uma pedestre, sendo depois preso pela polícia. Em março, outro criminoso em bicicleta roubou a carteira de uma mulher em plena luz do dia, ignorando seus apelos.

Após o roubo de um celular, os criminosos podem realizar diversos crimes digitais utilizando os dados da vítima, como transferências bancárias indevidas, golpes a terceiros e abertura de contas falsas. O advogado criminalista Marcelo Almeida explica que “desbloquear um aparelho sem autorização já configura crime de invasão de dispositivo informático, mesmo sem acesso remoto”.

Ele complementa que, dependendo da ação, os autores podem ser responsabilizados por estelionato digital, furto qualificado por fraude e falsidade ideológica, com penalidades mais severas quando há prejuízo financeiro.

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