O negócio do PMDB é eleger governadores, deputados federais e senadores. E depois cobrar caro para apoiar o presidente eleito.
Segundo: o PMDB não estaria obrigado a apoiar Temer. Bastaria fingir que apoia, largando-o de mão como largou Ulysses Guimarães em 1989.
O apoio de mentirinha a Temer permitiria ao PMDB se compor em cada Estado com o candidato a presidente que, ali, fosse, o mais forte.
É o que sempre aconteceu. É o que continuará acontecendo. E Temer não poderá reclamar. Ele melhor do que ninguém conhece o seu partido.
Para Temer, sair candidato não seria mal. Aproveitaria a propaganda no rádio e na televisão para defender seu governo.
E, no segundo turno, negociaria o apoio do PMDB, ou de parte dele, com os dois candidatos finalistas. Enfim, permaneceria no palco.
Quanto ao risco de colher uma derrota humilhante… Ulysses colheu. Temer sairia no lucro se pudesse ser comparado a Ulysses ao menos nisso.
O que Temer não quer, como de resto ninguém quer, é se tornar irrelevante. Como em 1989 o então presidente José Sarney se tornou.
Ao fim e ao cabo, quem teria de saído melhor? Temer, com lugar garantido na foto de transmissão da faixa presidencial? Ou Lula, mesmo que solto? Ou pior, atrás das grades?
A essa altura, Lula daria tudo o que acumulou e que ainda não foi bloqueado para estar no lugar de Temer.
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