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Por reforma agrária, grupo ocupa sede do Incra e porta de ministério no DF
Ação integra ‘Carnaval Vermelho’ e será repetida em estados, diz integrante. PM apontou 400 participantes; grupos falam em 200. Vidraça foi quebrada.
Integrantes do Movimento dos Brasileiros Sem-Teto (MBST) e da Frente Nacional de Luta, Campo e Cidade (FNL) ocuparam nesta segunda-feira (1°) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Brasília. Representantes dos mesmos movimentos também acampavam em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, na Esplanada, por volta das 10h.
No Incra, o grupo chegou por volta de 5h e quebrou um dos vidros do prédio, segundo a Polícia Militar. A entrada dos servidores foi barrada. Em nota divulgada em rede social, o instituto informou que as superintendências regionais do Distrito Federal, de Goiás, de São Paulo e do Mato Grosso também tinham sido ocupadas.
O órgão afirmou estar “à disposição do diálogo, mas exige respeito à integridade de seu patrimônio e observância ao direito dos servidores”. Até as 10h, nenhuma reunião havia sido marcada, mas a ocupação ocorria de forma pacífica.
Faixas e cartazes com palavras de ordem e repúdio à presidente Dilma Rousseff foram colocados em frente ao instituto. “Dilma, a luta contra a inflação depende dos pequenos produtores”, diz uma das mensagens. Uma faixa pregada no interior do prédio citava o apoio da deputada federal Érika Kokay (PT-DF).
Segundo os manifestantes, 200 pessoas ocupam o prédio do Incra. A Polícia Militar aponta 400. O coordenador do MBST e da FNL Pastor Severiano de Oliveira, de 47 anos, diz que cerca de 30 mil famílias estão desabrigadas em todo o DF.
“Nós estamos iniciando uma ação que se intitula como ‘Carnaval Vermelho’. Diversas regiões como Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste estão participando. O nosso protesto é exclusivamente contra a presidente. Ela tem um política de descaso com a agricultura familiar e os índios”, diz.
“Não temos hora pra sair. Estamos lutando a vida inteira por um pedaço de terra. Queremos morar, plantar, viver. É só isso que pedimos. A Dilma usa 50% do nosso PIB pra pagar dívidas internas. Que dívidas são essas?”, declarou.
Ministério
Na Esplanada, os membros do MBST e da FNL não tinham ocupado a parte interna de nenhum prédio até as 10h. Os manifestantes montaram um acampamento com barracas, fogões e tecidos em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, com as mesma pautas: reforma agrária e críticas à presidente Dilma.
Segundo a PM, a ação reunia 200 manifestantes até as 10h. No mesmo horário, a organização estimava a presença de 300 famílias. Integrante do FNL, Petra Magalhães disse que os acampamentos acontecem em 19 cidades de todo o país e vão durar “por tempo indeterminado”.
“Inúmeras pessoas estão acampadas em Sobradinho, Recanto das Emas e São Sebastião. Temos crianças, idosos. Estamos vivendo na vulnerabilidade. Sem água, luz, é um descaso total”, diz.
A PM afirmou que faz o monitoramento dos dois atos, mas disse não ter ordem para desocupar os espaços. Em novembro, manifestantes que acampavam na área verde da Esplanada e protestavam contra a presidente Dilma foram retirados do espaço após episódios de violência. Na época, o GDF informou que novas ocupações na área seriam proibidas.
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