Brasil
Porto Alegre tem alerta para risco de falta de água em 21 bairros devido à inundação; veja a lista
Guaíba sobe 8cm por hora e deve atingir 5 metros hoje, nível recorde em 83 anos, e alaga ruas na Zona Norte, Sul e Centro da Capital
Nas redes sociais, a concessionária comunicou que a medida foi tomada devido à inundação causada pelo Rio Guaíba, que inviabilizou o funcionamento das estações de distribuição. Ainda não há previsão de normalização da operação.
Os bairros que poderão sofrer desabastecimento ou baixa pressão são:
- Auxiliadora
- Azenha
- Bela Vista
- Bom Fim
- Centro Histórico
- Cidade Baixa
- Farroupilha
- Floresta
- Independência
- Jardim Botânico
- Menino Deus
- Moinhos de Vento
- Mont’Serrat
- Partenon
- Petrópolis
- Praia de Belas
- Rio Branco
- Santa Cecília
- Santana
- São João
- Três Figueiras
- Nivel do Guaíba
O nível do Rio Guaíba, que banha a capital do Rio Grande do Sul, pode ter um aumento recorde devido às tempestades, que devem durar até o domingo. Nesta sexta-feira, o nível do rio chegou a 4 metros e 23 centímetros no Cais Mauá, superando a cota de inundação, de 3 metros. É o maior nível do Guaíba desde 1941. A expectativa é de que a água atinja os 5 metros hoje.
Ao atualizar as informações sobre os danos e mortes provocados pelos temporais, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que a expectativa de especialistas do governo é de que o nível de elevação do Guaíba chegue a um recorde.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul enviou alerta sobre a condição do Guaíba e orientou que moradores que vivem próximo ao rio, em áreas de risco, deixem suas casas. “As pessoas que não tiverem locais alternativos devem buscar informações junto à Defesa Civil da sua cidade sobre os abrigos públicos disponibilizados pelas prefeituras, rotas de fuga e pontos de segurança”, informou o órgão, em comunicado.
Ao todo, 4,6 mil pessoas foram salvas pelas equipes de socorro, desde o início das tempestades desta semana. Mas o governador apelou novamente, como havia feito na quarta-feira, 1, para que os moradores busquem locais longe de áreas de alagamento apontadas pela Defesa Civil.
“A situação que estamos vivendo é absurdamente excepcional. É o momento mais crítico que o estado terá registro na sua História. É impossível atendermos todos os resgates com as condições climáticas que estamos vivendo”, disse Leite, repetindo um alerta feito na quarta-feira.
O ponto mais crítico é a região do Vale do Taquari. De acordo com o governador, já foram detectados mais de 160 pontos na área em que grupos de pessoas pediram ajuda e aguardavam na quinta-feira, 2, por resgate. Em setembro, a passagem de um ciclone tropical matou 54 pessoas no mesmo vale.
O Rio Taquari atingiu o maior nível desde 1941 ao ultrapassar a marca de 31 metros na madrugada de quinta. No início da tarde, a chuva acumulada provocou o rompimento da Barragem da Hidrelétrica 14 de Julho, entre os municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves, levando à retirada de moradores pela Defesa Civil.
Há o perigo de desastres em outras cinco barragens. O governo orientou moradores a deixar áreas de risco e a procurar abrigos públicos ou outro local de segurança durante a elevação de nível do Taquari em Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e Lajeado.
A catástrofe afetou as cidades turísticas de Gramado e Canela. O governador fez um apelo para que os moradores dos dois municípios da Serra Gaúcha deixem suas casas, assim como em Nova Petrópolis, Vale Real e Feliz, também na região.
Lula promete apoio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no Rio Grande do Sul na quinta-feira, onde se reuniu com Leite, depois do voo programado sobre Santa Maria ter de ser cancelado devido ao mau tempo. Lula disse que o governo federal não medirá esforços para apoiar financeiramente o estado.
“Não faltará, por parte do governo federal, ajuda para cuidar da saúde, não vai faltar dinheiro para cuidar da questão do transporte, dos alimentos, tudo o que tiver ao alcance. Vamos dedicar 24 horas de esforço para que a gente possa atender as necessidades básicas do povo isolado por causa das chuvas”, afirmou o presidente, dizendo que irá “rezar muito” para que as chuvas parem.
“Lamentavelmente a gente só não vai conseguir prometer recuperar as vidas das pessoas, porque não está ao nosso alcance, mas a gente vai tentar minimizar o prejuízo”, continuou.
Leite agradeceu ainda pela ida do presidente, o que “poupa a necessidade de várias ligações”, e disse que os dois alinharam ações de apoio e estrutura para resgates neste primeiro momento e para reconstrução e busca da normalidade num segundo momento.
O governo gaúcho decretou na quarta-feira estado de calamidade pública, com validade de 180 dias, que estabelece que os órgãos e entidades da administração pública devem prestar apoio imediato às áreas afetadas, em colaboração com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. O texto também prevê a possibilidade de os municípios afetados pedirem auxílio semelhante.
Você precisa estar logado para postar um comentário Login