Economia
Porto Digital reúne 475 empresas de tecnologia no coração de Recife

Caminhar pelo centro histórico de Recife é observar antigas construções do século XVII que hoje abrigam escritórios modernos, equipados com tecnologia avançada e equipes dedicadas a áreas como logística, segurança cibernética, jogos e inteligência artificial.
Essa área é reconhecida como um dos mais importantes centros de inovação tecnológica do Brasil, o Porto Digital.
Com 475 empresas instaladas, o polo emprega mais de 21 mil pessoas, incluindo desde startups até grandes multinacionais.
Silvio Meira, professor emérito da UFPE e idealizador do CESAR, um dos fundadores do Porto Digital, que agora celebra 25 anos, destaca que “Cinco das dez maiores empresas globais de tecnologia da informação, em termos de capital humano, estão presentes no Porto Digital”.
Entre os grandes nomes estão a Accenture, Deloitte, além das recentes adições NTT Data do Japão e Capgemini da França, todas situadas em um espaço equivalente a 42 campos de futebol no centro da capital pernambucana.
O engenheiro elétrico Eduardo Peixoto relembra que, no final do século XX, as oportunidades no setor tecnológico em Pernambuco eram praticamente inexistentes. “Quando me formei, não havia nada. A migração de talentos era enorme. Eu mesmo fui para São Paulo e depois para Genebra”, conta.
Ele retornou a Recife em 2002, na fase inicial do Porto Digital. “O objetivo era criar uma economia local para reter e atrair de volta os talentos que saíram para outras regiões ou países. Se havia uma chance de sucesso, eu precisava contribuir”. Desde 2022, Peixoto lidera o CESAR.
Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, comenta que atualmente são desenvolvidos mais de 100 projetos voltados à inovação e educação. “Aqui existem cerca de 4,5 mil estudantes em três universidades, com cursos mais curtos que incluem estágios nas empresas para aproximá-los das demandas do mercado”.
Em 2024, Recife formou 1,4 mil profissionais na área tecnológica. “Para efeito de comparação, São Paulo forma cerca de 2 mil”, acrescenta Lucena.
Silvio Meira destaca que cada grande empresa instalada também atua como um formador importante de capital humano, introduzindo métodos, processos, métricas, técnicas e plataformas. “Isso gera um ciclo virtuoso de aprendizado coletivo que beneficia tanto as pessoas quanto as organizações”, conclui.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login