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Portugal procura respostas após acidente fatal em Lisboa

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As autoridades de Portugal estão investigando as causas do grave acidente ocorrido na quinta-feira (4), envolvendo um dos tradicionais funiculares de Lisboa, que resultou em pelo menos 16 mortes após o veículo descarrilar e colidir contra um prédio.

O incidente aconteceu na tarde de quarta-feira próximo à Avenida da Liberdade. O conhecido Elevador da Glória, que liga a Praça do Rossio ao Bairro Alto, saiu dos trilhos e bateu contra um edifício.

Pedro de Brito Bogas, diretor da Carris, empresa responsável pelo transporte público da capital, declarou em coletiva de imprensa: “Seremos rigorosos na apuração das causas e responsabilidades deste acidente”.

Horas antes, o primeiro-ministro Luís Montenegro também afirmou que “todas as responsabilidades serão apuradas”.

Uma testemunha relatou ao canal SIC que viu o funicular descendo em alta velocidade e que ele “bateu contra o prédio com grande impacto, desabando como uma caixa de papelão”.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostravam, entre uma nuvem de poeira, o vagão completamente destruído e tombado contra uma parede na íngreme rua onde circula diariamente.

Em mensagem em português divulgada na quinta-feira, o papa Leão XVI expressou suas “profundas condolências às famílias dos falecidos” e desejou “a total recuperação dos feridos”.

O gabinete do primeiro-ministro Montenegro declarou que o ocorrido “provocou dor às famílias e choque no país”, enquanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou condolências às famílias.

Uma tragédia marcante

Na tarde da quinta-feira, o número de mortos confirmado era 16, com cinco pessoas gravemente feridas, segundo o primeiro-ministro, que lamentou “uma das maiores tragédias recentes em Portugal” e decretou um dia de luto nacional.

Entre os mortos confirmados estão cinco portugueses, dois sul-coreanos e um suíço, afirmou o Ministério Público, que está identificando os demais.

Os serviços de emergência informaram que cerca de 20 pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança de três anos, além de cidadãos espanhóis, alemães, franceses, italianos, suíços, canadenses, sul-coreanos, marroquinos e cabo-verdianos.

A Justiça portuguesa iniciou uma investigação para apurar os motivos da tragédia.

Diversos meios de comunicação levantaram a hipótese de rompimento de um cabo de segurança e questionaram a qualidade da manutenção, feita por uma empresa terceirizada contratada pela operadora do sistema.

Os demais funiculares de Lisboa foram temporariamente suspensos para inspeção de segurança, informou a Prefeitura.

Manutenção e segurança

O funicular, com capacidade para 40 passageiros, é muito popular entre visitantes da cidade.

A empresa operadora assegurou que todos os protocolos de manutenção foram devidamente observados.

Bogas afirmou no local do acidente que “todas as normas foram rigorosamente seguidas” e que uma empresa externa cuida da manutenção dos bondes há 14 anos.

A revisão geral é feita a cada quatro anos, tendo ocorrido em 2022, e a manutenção intermediária acontece a cada dois anos, com a última feita em 2024.

O turista espanhol Antonio Javier, de 44 anos, contou à AFP que sua família se sentiu “mais tranquila” por não ter usado o funicular devido à longa fila.

Locais e turistas usam os bondes para subir e descer as colinas da cidade.

O vagão amarelo e quadrado é um símbolo da cidade e frequentemente aparece em souvenires de Lisboa.

De acordo com o site dos Monumentos Nacionais, o Elevador da Glória foi projetado pelo engenheiro franco-português Raoul Mesnier du Ponsard e inaugurado em 1885. A partir de 1915, passou a funcionar com eletricidade.

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