Postos de combustível do Distrito Federal voltaram a reduzir, nesta semana, o preço dos combustíveis nas bombas. No Plano Piloto, o litro da gasolina teve queda de R$ 0,03 e era vendido a R$ 3,72 na manhã desta sexta (29). Em outras regiões, o preço chegava a R$ 3,69.
Em um posto instalado na 113 Norte, voltado para um dos Eixinhos, o preço da gasolina comum e da gasolina aditivada caiu no fim da tarde de quarta (27). O diesel e o álcool tiveram redução no início da noite de quinta (28).
O frentista Marco Oliveira disse que abaixar o valor cobrado foi uma decisão do dono. “O posto de trás abaixou o preço e, para não perder cliente, a gente abaixou aqui também”, disse.
O estudante de economia Vinícius Maia, que abastecia o carro nesta manhã em um posto na 203 Norte, disse não ter percebido a redução. “Diminuiu? Mas foram só três centavos. Vamos supor que caiba 35 litros no meu carro, são só 45 centavos de economia por tanque, R$ 1,35 por mês, não faz diferença”, afirmou.
Um gestor designado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu início àintervenção na rede Cascol, a maior do DF, no último dia 12. No dia seguinte, o litro da gasolina comum ficou R$ 0,08 mais barato, enquanto o álcool teve alta de R$ 0,18.
Alta no imposto
Em fevereiro do ano passado, a Câmara Legislativa aprovou o aumento de impostos sobre o preço da gasolina. O ICMS taxado sobre o combustível subiu de 25% para 28%. O valor do imposto sobre o diesel também subiu, passando de 12% para 15%. As mudanças só passaram a valer neste ano.
Para o diretor do Sindicombustíveis Daniel Benquerer, o mercado tem liberdade na política de tarifas. “O aumento é aquele aprovado pelos deputados distritais e pelo governador. Cada posto é livre para colocar o preço que achar necessário”, afirmou.
Suspeita de cartel
Em novembro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) estimava que os preços dos combustíveis do DF fossem cair até 20% com a desarticulação de um suposto esquema de cartel envolvendo distribuidoras e empresas donas de postos. Quase dois meses depois, nenhuma redução foi identificada nas bombas.
À época, a Polícia Federal prendeu sete suspeitos de participar do cartel, no DF e no Entorno. De acordo com a PF e o Ministério Público, o grupo combinava preços na distribuição e revenda de combustíveis há pelo menos dez anos.
Quando foi revelado o suposto esquema, o superintendente regional do Cade, Eduardo Frade, disse acreditar que a queda nos preços dos combustíveis, no entanto, poderia demorar a ser sentida no bolso do brasiliense.
“Não necessariamente isso acontece do dia para a noite”, afirmou Eduardo Frade. “Estima-se que cartéis elevem o preço do produto em pelo menos 20%. Pegando 2014, o faturamento apresentou um sobrepreço de até R$ 1 bilhão.”
Sob investigação
Em janeiro, o Cade informou que o mercado de combustíveis do DF “continua sob investigação”. O órgão relatou em nota que vai averiguar se, passados os reajustes, “permanecem indícios de comportamento coordenado entre os postos concorrentes”.
“Caso seja verificada a continuidade de indícios anticompetitivos, o Cade estudará junto aos demais órgãos de investigação eventuais medidas a serem tomadas”, diz a nota.
“O Cade espera e incentiva que os postos, no ambiente de livre concorrência, estabeleçam seus preços de forma independente. Esse reajuste é uma oportunidade para que os revendedores precifiquem o valor cobrado por cada posto de forma não cartelizada.”
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