Economia
Poupança prejudica quem menos sabe, afirma Galípolo
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta quarta-feira que a caderneta de poupança age como um “Robin Hood ao contrário”.
Isso acontece porque a poupança concentra os recursos de pessoas com menor renda e menos acesso à educação financeira, que acabam investindo em um produto que rende menos do que a taxa básica de juros. De acordo com ele, a poupança é baseada na falta de informação.
Galípolo participou do painel “Política Monetária no Brasil”, no Fórum de Investimentos 2026, realizado pela Bradesco Asset Management, em São Paulo.
— A poupança se apoia na desinformação, funcionando como um Robin Hood invertido. Quem guarda dinheiro na poupança geralmente possui menos informação e acesso a outras opções. Normalmente, trata-se de alguém com recursos limitados. Isso faz com que o poupador receba menos rendimentos para oferecer empréstimos mais baratos para outras pessoas, o que não é necessariamente justo para a progressividade da política econômica.
Galípolo também comentou que a diminuição do uso da poupança representa uma mudança estrutural e não apenas temporária, resultado do maior acesso das pessoas à informação e educação financeira, o que as direciona a buscar investimentos mais lucrativos.
— Hoje em dia é mais fácil pesquisar e obter informações. Além disso, o mercado financeiro passou por uma revolução facilitando o acesso a diferentes produtos financeiros.
Galípolo ressaltou ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) não tenta influenciar ou manipular o mercado, mas reconhece com humildade que enfrenta um cenário de muita incerteza.
Na última semana, o Copom manteve a taxa Selic em 15%, indicando o desejo de manter os juros neste nível por um período estendido.

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