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PP desviou R$ 358 milhões da Petrobras, diz Janot
Em denúncia contra o deputado Nelson Meurer, procurador-geral da República detalhou o esquema de corrupção do partido na diretoria de Abastecimento da estatal
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o esquema de corrupção sustentado pelo Partido Progressista (PP) na Petrobras, que tinha como principais operadores o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, desviou 357,9 milhões de reais dos cofres da estatal, entre 2006 e 2014. O procurador-geral contabilizou 161 atos de corrupção em 34 contratos, 123 aditivos contratuais e quatro transações extrajudiciais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com o jornal, o balanço da corrupção do PP no petrolão está descrito na denúncia contra o deputado Nelson Meurer (PP-PR) oferecida ao Supremo Tribunal Federal. Segundo a acusação formal do Ministério Público, doações oficiais à legenda ocultaram propina.
“Os valores ilícitos destinavam-se não apenas aos diretores da Petrobras, mas também aos partidos políticos e aos parlamentares responsáveis pela indicação e manutenção daqueles nos cargos”, disse Janot na denúncia contra Meurer, que ainda será analisada pelo STF.
Segundo Janot, a propina era repassada aos políticos “de maneira periódica e ordinária, e também de forma episódica e extraordinária, sobretudo em épocas de eleições ou de escolhas das lideranças.” “Em épocas de campanhas eleitorais eram realizadas doações ‘oficiais’, devidamente declaradas, pelas construtoras ou empresas coligadas, diretamente para os políticos ou para o diretório nacional ou estadual do partido”, detalhou o procurador-geral. “Em verdade, (as doações) consistiam em propinas pagas e disfarçadas do seu real propósito.”
A linha acusatória da Procuradoria é a mesma da força-tarefa da Lava Jato, que vai, neste ano, acionar na Justiça, via ação cível pública, os partidos por desvios na Petrobras. Até agora, só pessoas físicas foram imputadas.
Além das doações oficiais como forma de ocultar propina, a Procuradoria diz que outras formas eram usadas: entregas em dinheiro em espécie levadas por “mulas” que escondiam as notas no corpo, transferências eletrônicas ou pagamentos de propriedades e remessas para contas no exterior.
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