Economia
Preço do ouro ultrapassa US$ 4.500; cobre e prata batem recorde
Na quarta-feira (24), o preço do ouro ultrapassou 4.500 dólares por onça (31,1 gramas), enquanto outros metais preciosos e industriais alcançaram valores inéditos, mesmo com atividades reduzidas nas Bolsas na véspera do Natal.
Ipek Ozkardeskaya, analista da Swissquote, comentou: “Os investidores ajustaram significativamente suas carteiras, muitos encerraram suas posições e o volume de negócios está baixo.”
Ela acrescentou que “o ano segue trazendo surpresas”.
O ouro foi negociado a 4.525,77 dólares (24.972 reais) por onça, atingindo um pico histórico, assim como a prata, que chegou a uma cotação recorde de 72,70 dólares (397 reais) por onça.
Metais usados na fabricação de catalisadores para veículos também registraram preços altos, como a platina, que foi comercializada a 2.981,53 dólares (16.451 reais) por onça. O paládio também alcançou seu maior valor desde dezembro de 2022.
O cobre superou uma marca histórica ao ultrapassar 12.000 dólares (66.000 reais) por tonelada. Assim como a platina, o cobre foi impulsionado principalmente pelo receio de tarifas americanas, que até o momento foram evitadas.
Os analistas indicam que o aumento nos preços reflete, em parte, o aumento dos riscos geopolíticos entre Washington e Caracas, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado na segunda-feira que seria “inteligente” que seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, deixasse o poder.
Trump anunciou em 16 de dezembro um bloqueio para “navios petroleiros sancionados” que navegam a partir ou em direção às costas da Venezuela. Desde setembro, os Estados Unidos mantêm navios de guerra no Caribe para combater o narcotráfico, o que resultou em mais de 100 mortes.
A Venezuela denuncia que há uma campanha visando derrubar Maduro para controlar as riquezas do país.
Paralelamente, os mercados mostraram-se otimistas para o Natal, principalmente em relação à economia dos Estados Unidos para 2026, apesar das preocupações recentes sobre o setor de tecnologia.
Na terça-feira, os operadores de Wall Street levaram o índice S&P 500 a um patamar recorde após a divulgação de dados que indicaram que a maior economia mundial cresceu 4,3% no terceiro trimestre, o ritmo mais rápido em dois anos e acima das previsões.
Esse crescimento foi impulsionado pelos gastos de consumidores e empresas, o que tranquilizou os investidores sobre as perspectivas econômicas, apesar dos dados fracos recentes sobre o emprego.
Com a economia apresentando melhor desempenho do que se esperava, os investidores reduziram as expectativas de um novo corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve no próximo mês.
Embora a expectativa por uma redução nas taxas tenha sido fundamental para a recente alta do mercado, analistas afirmam que o forte crescimento econômico ofuscou qualquer desapontamento pela manutenção das taxas no momento.


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