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Prefeito de Capivari enfrenta bloqueio de bens por suspeita de corrupção

Vitor Riccomini, prefeito de Capivari, junto com seu chefe de Gabinete, Eduardo Aparecido do Prado, e o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Bruno Sampaio dos Santos, estão sob investigação por um suposto esquema de corrupção ligado à empresa responsável pelo serviço de água e esgoto na cidade do interior de São Paulo. A Justiça determinou o bloqueio dos bens de todos os envolvidos.
Essa é a segunda vez em três dias que Vitor Riccomini tem seus bens bloqueados pela Justiça. No primeiro bloqueio, ocorrido em 16 de julho, a investigação aborda irregularidades na compra de um imóvel.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo, Vitor Riccomini, conhecido como Vitão, teria articulado com o presidente da EPPO, José Carlos Ventre, um esquema para favorecer a empresa em contratos públicos entre 2017 e 2023. Após assumir os serviços da Prefeitura, José Carlos Ventre teria pago 8% dos repasses públicos para o político e seus aliados. Mensagens incluídas no processo indicam o pagamento de R$ 28 mil em propina referente a um contrato de R$ 350 mil.
Este é o segundo mandato de Vitão como prefeito. A relação entre ele e José Carlos Ventre teria começado durante as eleições de 2020, quando o então candidato e vice-prefeito recebeu doação do empresário, suspeita de ser caixa dois. Além deles, nove outras pessoas são citadas na denúncia do Ministério Público, implicadas em reajustes irregulares do contrato para compensar desvios.
O juiz André Luiz Marcondes Pontes determinou, em 16 de julho, o bloqueio de R$ 2,5 milhões em bens dos envolvidos, além do afastamento do chefe de gabinete Eduardo Aparecido do Prado, do secretário municipal Bruno Sampaio dos Santos e do diretor de Meio Ambiente Guilherme Campos Pagotto.
Vitão não foi afastado do cargo devido à falta de provas concretas de que tenha recebido propina diretamente, ainda que seu envolvimento no esquema esteja comprovado. A decisão ainda pode ser revista por meio de recurso.
Além desse bloqueio, Vitão também teve bens bloqueados em outro processo relacionado à compra de um imóvel da empresa Autoviação M.M. Souza Turismo Ltda, pertencente ao pai do secretário de Segurança Pública da cidade. A investigação indica que a empresa ganhou um chamamento público para uso de um terreno público e posteriormente vendeu outro imóvel à Prefeitura por aproximadamente R$ 4,8 milhões, em um negócio que teria beneficiado a empresa sem vantagens reais para o interesse público.
O Ministério Público solicitou a condenação do prefeito, incluindo perda do mandato, suspensão dos direitos políticos, multa, proibição de contratos com órgãos públicos e restituição integral dos valores desviados. O processo ainda está em andamento.
Denúncias contra agentes públicos de Capivari
Vitor Riccomini responde a duas investigações por enriquecimento ilícito: a primeira, por propina em contratos da EPPO; a segunda, pela aquisição irregular de imóvel relacionado ao secretário municipal de segurança. No primeiro caso, houve bloqueio de R$ 2,5 milhões em bens de nove pessoas e afastamento de agentes públicos. No segundo, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 4,8 milhões referentes à compra do imóvel.
Posicionamento da Prefeitura e investigados
A Prefeitura de Capivari afirmou que não é parte do processo e que os procedimentos adotados foram regulares. Informaram que, após determinação judicial, os envolvidos (exceto o prefeito) foram afastados e que a relação contratual com a empresa EPPO foi encerrada em 20 de março de 2025.
Vitão Riccomini publicou em suas redes sociais um pronunciamento defendendo sua reputação e afirmando que continuará trabalhando com dedicação pela cidade.

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