Prefeito de São Bernardo é afastado do cargo com tornozeleira em operação da PF sobre corrupção

O prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por um período de um ano como parte de uma investigação conduzida pela Polícia Federal sobre corrupção. Ele está obrigado a usar tornozeleira eletrônica e não pode frequentar a prefeitura.

Além do prefeito, dois vereadores também estão sob investigação. Nesta quinta-feira, 14, agentes federais cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão na cidade para aprofundar as apurações.

Um dos presos é Paulo Iran Paulino Costa, identificado como operador financeiro de propinas, que atualmente está foragido. Ele atua como assessor parlamentar no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL) desde 2022.

As apurações iniciaram em julho de 2025, após a apreensão de R$ 14 milhões em dinheiro em espécie no apartamento de um servidor. A Polícia Federal classificou o local como um verdadeiro depósito de dinheiro ilícito.

Na residência foram encontrados comprovantes de pagamento de faturas do cartão de crédito do prefeito e conta telefônica vinculada à primeira-dama, além de crachás para acesso a veículos na sede da prefeitura.

Paulo Iran Paulino Costa é apontado como peça-chave na coleta e distribuição de valores provenientes de diversas empresas que mantêm contratos com a prefeitura de São Bernardo do Campo.

De acordo com a Polícia Federal, há indícios de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo uma organização criminosa atuante na administração pública do município.

A operação, chamada Estafeta, foi autorizada pelo desembargador Roberto Porto, do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Além das prisões e buscas, foram aplicadas medidas cautelares como o afastamento dos investigados de cargos públicos, uso de tornozeleiras eletrônicas e quebra de sigilos bancário e fiscal.

As diligências ocorreram em diversas cidades, incluindo São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema.