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Prefeitura de SP planta árvores no asfalto para ‘escapar’ de calçada e fios

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Um projeto piloto da Prefeitura de São Paulo com o plantio de árvores no asfalto de ruas da capital tem dividido opiniões de moradores da Zona Leste e é alvo de críticas de especialistas em transporte. O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que a medida é uma alternativa para ampliar a arborização sem afetar a circulação de pedestres na calçada e também a fiação.

“A cidade de São Paulo tem 1 milhão de árvores a menos em vias públicas. O nosso objetivo com essa iniciativa é buscar alternativas de plantio que levem em conta as calçadas estreitas e os fios são aéreos”, disse Haddad nesta quarta-feira (11) durante visita ao local que iniciou o projeto piloto

As 61 mudas foram plantadas em um buraco aberto direto no asfalto e sem a implantação de canteiros. O primeiro teste está sendo feito no bairro Cidade Patriarca, para dividir as duas mãos da Avenida Patrocínio Paulista. Apenas uma pintura no piso faz a sinalização das árvores.

O corretor de seguros Edson Negrini está preocupado com o risco de as árvores atingirem algum carro durante uma chuva forte ou com a possibilidade de infiltração no asfalto.

“A infiltração das raízes pode afetar o sistema de esgoto, esse asfalto pode rachar com o decorrer do tempo, com o aumento da  árvore”, afirmou. “Hoje não, mas daqui uns dois, três anos, vai ficar bonito”, disse o comerciante Francisco de Sousa.

Ao SPTV, a Secretaria Municipal do Verde informou que a escolha do tipo de mudas plantadas foi feita com a ajuda de agrônomos, que indicaram o uso de ipê amarelos para o projeto. A espécie tem raízes que crescem para baixo, e não para os lados, além do tronco atingir no máximo 60 centímetros de diâmetro.

Já o engenheiro e especialista em transporte Jaime Waisman fez críticas e apontou falhas na proposta da Prefeitura. “Não é uma boa prática de engenharia porque o correto é você ter um canteiro central com guia e de tal forma que esse canteiro central fique mais elevado em relação a via, ao pavimento”, afirmou.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), “qualquer obstáculo à livre  circulação e à segurança de veículos e pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devida e imediatamente sinalizado”.

O CTB define que um canteiro central, construído como obstáculo físico para separar duas pistas de rolamento, pode eventualmente ser substituído por marcas viárias (canteiro fictício).

 

Fonte: G1

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