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Premier italiano vai ao Senado tentar salvar governo
Matteo Salvini, atual ministro do Interior, pediu uma moção de censura contra o primeiro-ministro Giuseppe Conte, do Movimento Cinco Estrelas
O eterno caos político italiano ganha mais um capítulo nesta terça-feira. O Senado do país retoma a discussão de uma moção de censura contra o primeiro-ministro Giuseppe Conte, do Movimento Cinco Estrelas. O pedido foi feito por Matteo Salvini, atual ministro do Interior e líder do partido ultradireitista Liga Norte. Os dois partidos formam, sozinhos, a base de sustentação do governo.
Salvini, famoso por sua retórica conservadora e anti-imigração, rompeu a aliança com Conte no dia 9 de agosto, depois que o Cinco Estrelas votou contra um projeto ferroviário importante para a Liga. Os dois partidos estavam divergindo em temas como autonomia para as regiões italianas, reformas da Justiça, concessões de rodovias e gastos públicos.
Além de romper a aliança e pedir uma moção de censura, o atual ministro do Interior solicitou também eleições antecipadas em outubro, onde espera consolidar sua legenda como a favorita do país. O Senado, no que foi uma derrota para Salvini, decidiu não realizar imediatamente nesta terça-feira uma votação sobre Conte, mas sim deixar que ele fale com os senadores antes.
Existe uma incerteza sobre como Conte se portará depois de sua defesa de hoje. Ele pode tanto apresentar sua renúncia ao presidente italiano, Sergio Mattarella, ou esperar o resultado da votação parlamentar. Se ele perder, o presidente deverá realizar consultas para verificar se uma nova coalizão pode ser formada. Caso as conversas entre os partidos não deem resultados, ele pode formar um governo interino. Uma terceira via seria a convocação de eleições nacionais cerca de três anos e meio antes do prazo.
Especula-se que a Liga esteja tentando formar uma coalizão governista com o Partido Democrático (PD), liderado por Nicola Zingaretti. Uma fonte anônima do PD disse à Reuters que as conversas iniciais estariam sendo positivas. Na última segunda-feira, 19, Zingaretti disse que seu partido, depois da votação da moção, espera ver um governo italiano forte, capaz de reformar a Itália, ou novas eleições no país, mas rejeita a possibilidade de um governo interino.
O resultado da votação no Senado pode afetar negativamente a terceira maior economia europeia e, por consequência, os mercados globais. Desde a Segunda Guerra, a Itália não realiza eleições no segundo semestre do ano, já que o período é tradicionalmente reservado para a elaboração o Orçamento do ano seguinte.
O Fundo Monetário Internacional projeta crescimento de apenas 0,1% para a economia italiana em 2019, ante previsão de 0,6% no início do ano. O caos vem cobrando sua conta para a economia do país, reforça uma crônica dificuldade de crescer — a Itália avança em média apenas 0,6% ao ano desde 1960.
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